DNOTICIAS.PT
Artigos

Hoje é o dia das crianças com muita esperança!

Vivemos numa sociedade que está muito doente em relação às relações humanas e ao cumprimento das regras básicas de uma sã convivência

Muito se tem falado nas crianças que nos dias de hoje são alvo de todas as atrocidades, sejam no seio familiar, sejam nos cenários de guerra, seja nos divórcios dos pais, seja mesmo em instituições que deviam ser o maior exemplo de amor, como são as igrejas. São cada vez mais as crianças que se revêm nos avós e não nos seus progenitores. Veja-se as suas intervenções em concursos públicos televisivos em relação a isso. Mesmo as pessoas adultas quando falam da sua infância muitas vezes fogem de falar dos pais e falam nos avós. Há muitas figuras públicas onde esta questão está presente até nos seus trabalhos públicos mais conhecidos.

O que se passa no seio das famílias para este desligamento entre pais e filhos? É uma questão que merece ser aprofundada por quem tem o poder de fazer, com meios científicos eficazes no sentido das conclusões poderem ser aproveitadas por toda a comunidade. As CPCJ não conseguem responder a todas as solicitações. As escolas apenas podem sinalizar os problemas que vão detetando. Muitas vezes com muitas incompreensões em relação ao seu trabalho. O Tribunal de Menores não faz milagres e as Instituições de acolhimento também não, embora sejam muito importantes para valer os casos mais graves.

Vivemos numa sociedade que está muito doente em relação às relações humanas e ao cumprimento das regras básicas de uma sã convivência. As crianças de hoje serão as pessoas adultas de amanhã que vão assumir os destinos do nosso país a todos os níveis. Tratá-las corretamente hoje, incutir-lhes uma relação sã, de amor e justiça, é fundamental, para que o amanhã seja mais risonho, sem fanatismos, com mais solidariedade e mais respeito pelos direitos humanos e os direitos universais das crianças.

Todas as crianças quando nascem estão em igualdade de circunstâncias. O problema é que umas nascem nuas e continuam nuas, e outras conseguem roupa para vestir e uma casa para as acolher com amor. As crianças que estão a nascer e a morrer em Gaza deviam envergonhar-nos enquanto seres humanos. Aquela mãe que no seu local de trabalho recebeu oito dos seus filhos, mortos por Israel, devia envergonhar o mundo que há muito devia ter reagido, exigindo o fim deste genocídio, que é também feito com pessoas adultas, e Israel devia ser punido até parar de inventar fantasmas, para continuar a matar, de todas as maneiras, uma população indefesa, só porque nasceram palestinianos.

É claro que existem outras partes do planeta onde outras crianças passam fome e sede, muitas vezes morrendo porque lhes falta o que se alimentar, enquanto nós vivemos na sociedade do desperdício e do esbanjamento sem pensarmos nos nossos semelhantes que sofrem e morrem à fome, à sede e ao frio. Há muita desumanidade neste mundo tão desigual e tão injusto e este dia da criança devia ser uma ocasião para refletirmos se é este o planeta onde queremos continuar a viver.

Há dias, quando assisti em direto na RTP/M à transmissão da abertura dos jogos escolares, fiquei tão emocionada, sobretudo com a mensagem final de ESPERANÇA. Foi um momento lindo e dou os parabéns a quem trabalhou para que o mesmo acontecesse. Precisamos de sentir que as escolas, em conjunto com as famílias, ainda podem ser o baluarte da felicidade para as crianças e jovens e que o mundo com ESPERANÇA pode ser bem melhor.