O capital humano e a ‘expertise’
Em Dezembro, tinha-me auto despedido da minha função de “colunista mensal” do DN e com a concretização do livro que decidi escrever “Espreitadelas”, meti a caneta no fundo do baú, pensava eu, por longo tempo... Afinal ... e como, não me demiti da minha intervenção cívica, se me aceitarem nas “Cartas do Leitor”, fui buscá-la e aqui vai:
Vi o que aconteceu com o Dr. Maurício Melim e não gostei; especialmente o “formato” utilizado. Foi muito feio!
Tenho duas declarações de princípio a fazer:
• Sou amigo do Dr. Maurício Melim há muitos anos. Respeito, admiro e prezo o que fez, especialmente na pandemia do Covid, além da forma, como exerceu as suas funções e pelo longo período em que isso aconteceu.
• Confesso, que pertenço aos votantes madeirenses que o fizeram, na perspectiva de termos estabilidade política. Estabilidade política sim, arrogância não! Nunca!
Hoje e do meu ponto de vista, devido à manifesta falta de qualidade, de maneira geral, dos que se apresentam a eleições, muitos e é o meu caso, deixámos de votar nos melhores e o princípio passou a ser - Votar nos menos maus ...!
Acredito nos jovens, por princípio, pois, um dia também o fui e sei que para crescer e evoluir na vida temos de ter essa oportunidade e o tempo necessário, que inclui fazer asneiras. Tenho uma grande esperança nalguns que agora entraram para o novo Governo, porque os conheço e acredito nas suas capacidades.
Não é o caso da nova Secretária da Saúde, pois, não a conheço, nem sei se é Menina ou Senhora; sei sim e pelo que me é dado ver, que entrou mal e com o pé esquerdo, fosse por sua iniciativa ou porque a mandaram fazer...
Evidentemente que tem todo o direito de constituir “a sua equipa”, mas, seja nas gerações mais antigas ou na dos ‘millennials’, há princípios básicos que devem ser respeitados:
• Respeito pelo outro;
• Sensibilidade;
• Bom senso;
• Comunicação clara.
E outras, que em conjunto com estas, definem e sustentam uma boa Liderança! Nessas, inclui-se a Gratidão! Antes de “actuar” é preciso “estar”!
Infelizmente, sei e reconheço que um dos problemas graves para a Autonomia da Madeira, é a “falta de massa crítica” ao nível político e mesmo profissional ou empresarial. É um facto e quem tem “mundo”, sabe bem do que estou a falar.
Termino deixando uma pequena questão e que vem a propósito do que acabei de escrever. Mesmo com todos os defeitos que têm, será que a Região pode “dar-se ao luxo” de prescindir na Saúde de pessoas com o conhecimento e experiência do Dr. Maurício e já agora noutro patamar do Dr. Pedro Ramos? Nem que seja para aprenderem com as asneiras que eles fizeram. É que todos as fazemos e ter a possibilidade de não voltar a fazer, é desde logo um excelente princípio.
A figura de assessor já não existe? Ou funciona para outras acessibilidades, necessidades ou formatos compensatórios?
Quando trabalhava e na gestão empresarial, prescindir de capital de conhecimento deste tipo, seria completamente errado, independentemente de qualquer modelo de renovação. Não o faria!
É que o capital humano representa o contributo feito às organizações pelos elementos que acrescentam talento, habilidade e ‘expertise’…!
Caneta vai para o baú!!!
João Abel Freitas