Se as eleições não disseram, quiseram dizer

As pessoas estão fartas, cheinhas de tanta hipocrisia, de tanto oportunismo, de tanta incompetência, de tanta turbulência política.

E quiseram alterar, mudar este estado de coisas, proporcionar a quem fosse eleito a tranquilidade de governar o País.

Ao que parece não conseguiram atingir os seus objetivos na sua totalidade, mas grande parte dos eleitores deixou bem claro que a sua intenção era essa.

Esta democracia está adulterada, este socialismo perverso, há muito tempo que não servem nem a Portugal, nem à esmagadora maioria dos portugueses.

Um regime democrático, não é um regime abandalhado.

Os que vêm isto e verdadeiramente querem mudar este País, não pensam transformá-lo numa ditadura, mas num Portugal com regras, com ordem, com justiça, com segurança, pedras basilares e indispensáveis para a criação de uma sociedade mais justa, mais coerente, mais digna, mais livre (porque mais segura) e, então sim, mais próxima dos valores democráticos.

Só que, infelizmente, não podem contar com todos os portugueses para a construção dessa sociedade que, aliás, o 25 de Abril - que Deus o tenha no Céu - queria implantar neste País, e não conseguiu, daí, o povo ter que fazer escolhas através dos atos eleitorais e dentro do possível ir afastando do palco de ações, os radicais, os amantes da Liberdade sem limites, os apoiantes das greves selvagens que, para defenderem uma classe, não têm pejo em prejudicar uma enorme parte da população, com custos irreparáveis para o País, os conflitosos, os senhores das tomadas de posições prenhes de demagogia e irrealismo.

Este tipo de desaustinados políticos e aparvalhados seguidores já nos anos 20 deram cabo do País, provocando o golpe militar de 1926 que levou à ditadura Salazarista.

50 anos depois destruíram o 25 de Abril e sempre que viam os seus interesses em risco, iam buscar o fascismo. Agora, é o perigo do populismo que os atormenta e não se cansam de invocá-lo na tentativa desesperada de esconder a sua incompetência, o seu doentio apego pelo poder, face aos proventos e vergonhosas mordomias que ele lhes confere, ou o pavor de perderem aquilo a que chamam “as conquistas de Abril “que, neste caso, não passam do que sugaram e sugam ao País, em nome da defesa dos trabalhadores e da liberdade.

E se o populismo, infelizmente, vem crescendo em Portugal deve-se ao “pupu-político” que vem infestando o País, de várias formas e na mais inconcebível impunidade.

- Bom, vamos, finalmente, aguardar pelo que nos vai trazer este novo Governo, se conseguirá chegar ao fim do mandato e ser capaz de alterar muitas das coisas que estão mal, dando ao País paz e progresso e trazer ao seu povo, a solução aos mais graves problemas com que ele se debate.

Mas, sinceramente, não temos muita fé que isso aconteça.

Que Deus nos acuda e nos proteja!

Juvenal Pereira