Rescaldo de uma pré-revolução eleitoral
Quando ainda se recontam os votos do passado domingo eleitoral, os resultados apontam para uma vitória da coligação AD com mais 100.900 votos que no ato eleitoral anterior, uma derrota para o PS com menos 420.000 votos, na região uma representação inédita dum Movimento político a conquistar representatividade no Parlamento Nacional com o JPP e com o CHEGA a encostar o PS às cordas, tendo uma crescente votação mesmo contra os ataques da comunicação social, contra os ataques dos adversários políticos, contra a narrativa de extremismo, e até na apreciação pós eleitoral o poli (mentígrafo) da SIC a subtilmente passar um atestado de ignorância aos mais de 1.350.000 eleitores que confiaram neste partido o seu voto referenciando-os de eleitores pertencentes a freguesias com menos grau de instrução. Isto já ultrapassa os limites do tolerável em democracia., e a decadência de alguns desses meios de comunicação está a conduzi-los para o fracasso e o total descrédito. Os resultados podem refletir mudanças políticas e sociais dos eleitores potencialmente influenciando a agenda política futura e exprimem claramente que os portugueses se manifestam fartos do modelo político salvaguardado pelo preâmbulo da Constituição da República que reza: o “de assegurar o primado do Estado de direito democrático e de abrir o caminho para uma sociedade socialista”, será que ainda não perceberam que o povo está farto de socialismo? A hecatombe criada pelo partido que optou como slogan: “fazer tremer o sistema” parece já ter causado um segundo terremoto, a possibilidade de relegar o até então segundo maior partido para a 3.ª posição e aniquilar a extrema esquerda até então (paladinos da liberdade e da democracia). O que esperarão os portugueses com esta manifestação? Que a corrupção é um vício que tem de ser aniquilado. Que quem surripiou o estado e os contribuintes que deixe de o fazer e ponham mãos à obra o mais breve possível para que os problemas vitais da nossa sociedade sejam rapidamente resolvidos. Talvez este modo de expressar o voto, os eleitores colocam um ato de contrição e de perdão para os salteadores e uma oportunidade para se regenerarem com a imediata resolução dos graves problemas que após 51 anos de democracia continuam a assolar o nosso povo. Portanto está dado o mote, esperemos que os políticos percebam a mensagem eleitoral que o nosso nobre povo renovou, (e eu que achava que o povo não tinha cultura democrática) mas que com esta lição reconheço e peço perdão pelo meu erro, pois ao dar uma derradeira oportunidade a esta moribunda democracia demostrou a sua capacidade de participação reduzindo substancialmente a abstenção querendo dizer que queremos restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade. Agora: está dada a derradeira oportunidade, mãos à obra e bora lá trabalhar! Portugal quer justiça!
A. J. Ferreira