Chega diz que Montenegro "está isolado"
A Assembleia da República rejeitou, esta tarde, a moção de censura ao governo de Luís Montenegro apresentada pelo PCP. Apesar da abstenção do partido Chega, a iniciativa acabou por ser reprovada com os votos contra do PSD e CDS.
Para Francisco Gomes, deputado do Chega na Assembleia da República, a crise política instalada no país continua sem solução à vista e o primeiro-ministro está cada vez mais isolado, incluindo dentro do seu próprio partido. Segundo o parlamentar, essa pretensa falta de apoio reflecte descontentamento crescente com a gestão de Luís Montenegro, levantando dúvidas sobre a continuidade do Governo e a realização de novas eleições.
O que o PCP fez foi um enorme frete ao Governo porque, na realidade, o PCP não quer fazer censura nenhuma ao governo, mas afirmar-se como muleta ideológica do PS. Além disso, quer evitar eleições para assim evitar que a Esquerda parlamentar fique ainda mais pequena do que está Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República
Para o Chega, a responsabilidade da crise política recai exclusivamente no primeiro-ministro porque, a seu ver, em vez de esclarecer as suspeitas em que está envolvido, "tem demonstrado arrogância e recusando prestar contas ao parlamento e ao país". Para o partido, tal comportamento tem-lhe custado credibilidade e apoio, incluindo dentro do PSD, onde, segundo afirma, já se estuda a sua possível saída.
A autoridade do primeiro-ministro está minada porque andou a receber dinheiro de empresas, incluindo algumas de setores regulados pelo Estado. Se o líder do executivo continua a ignorar o Parlamento, só irá agravar a instabilidade. Por isso, tem de explicar o dinheiro que não declarou e a vida de luxo que tem à custa das avenças que recebe, em vez de encenar vitimizações e um faz-de-conta deplorável Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República
O Chega também criticou o PS pelo anúncio da criação de uma comissão de inquérito potestativa. Para o partido, essa mudança de posição é um sinal de hipocrisia, uma vez que, há poucos dias, os socialistas rejeitaram uma proposta idêntica do Chega, alegando que não era o momento adequado.
"O PS dá com uma mão e tira com a outra, pois não está preparado para eleições. Mas Portugal não é a Venezuela, nem a Colômbia. O primeiro-ministro tem de dar explicações e só não o faz por cobardia ou por estar agarrado ao cargo, tal como Albuquerque, na Madeira. Aliás, são os dois farinha do mesmo saco de compadrios e corrupção", concluiu.