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Seguro automóvel: idade pesa na factura e pode fazer disparar o preço

Condutor do Funchal de 86 anos foi o prémio crescer mais de 70%

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Muitos condutores ficam surpreendidos ao verem o valor do seguro automóvel aumentar à medida que envelhecem. Uma análise a diversas entidades revela que vários factores influenciam o custo da apólice, mas a idade é um dos mais determinantes na altura de contratar ou renovar o seguro.

Segundo o Automóvel Clube de Portugal (ACP), ser jovem também não é uma vantagem. Os condutores com menos de 25 anos e com carta há menos de cinco apresentam maior probabilidade de sinistros, o que justifica o agravamento do prémio. No entanto, à medida que os anos passam, o cenário inverte-se. Se um histórico de boa condução pode garantir descontos ao longo da vida, a partir dos 70 anos as seguradoras tendem a penalizar os condutores. Reflexos mais lentos, alterações na visão e outras condições físicas associadas ao envelhecimento aumentam o risco de acidentes, levando ao encarecimento do seguro.

O DIÁRIO teve conhecimento de um caso no Funchal onde um condutor de 86 anos viu o prémio do seguro subir mais de 70% na renovação, apesar de só ter participado num sinistro. O valor, que não chegava aos 300 euros, ultrapassou os 400, apanhando o tomador de seguro de surpresa.

Outro factor que pode agravar o custo da apólice é a idade do veículo. Automóveis mais antigos representam riscos acrescidos para as seguradoras, uma vez que podem não estar equipados com os sistemas de segurança actualmente exigidos. Além disso, a localidade do condutor também pesa na equação: em cidades com maior densidade de tráfego, a probabilidade de acidentes, vandalismo e furtos é mais elevada, reflectindo-se no preço do seguro.

Como é calculado o prémio do seguro?

A DECO Proteste explica que o valor da responsabilidade civil varia consoante o tipo de veículo (ligeiro de passageiros, mercadorias, etc.), a cilindrada e o capital seguro. Já o prémio do seguro de danos próprios é definido pelo valor comercial do veículo, que sofre depreciação anual, obrigando as seguradoras a actualizar esse montante.

Outros factores que influenciam o custo do seguro, como já sublinhamos, incluem a experiência do condutor, a zona de residência e a frequência de circulação em áreas de maior risco. Elementos como o local de parqueamento, a quilometragem anual e até a profissão do segurado podem ser tidos em conta na tarifação, especialmente no caso das seguradoras directas.