Ryanair anunciou mais três rotas de Milão, Shannon e Bournemouth
Anúncio foi feito pelo presidente executivo, Michael O'Leary, ontem em Lisboa, que garantiu um avião baseado na Madeira
A Ryanair anunciou ontem três novas rotas a juntar aos que já tem no Aeroporto da Madeira. De acordo com o presidente executivo, Michael O'Leary, ontem em Lisboa, a companhia aérea irá iniciar no Verão 4 novas rotas em Portugal, uma do Porto para Roma (Itália) e três na Madeira para Milão (Itália), Shannon (Irlanda) e Bournemouth (Reino Unido).
Mas O'Leary garantiu ainda que em Portugal irá ter dois novos aviões baseados na Madeira e outro em Faro. De acordo com o DN (Lisboa), ambos são aparelhos Boeing 737 "Gamechanger", o que fará com que a frota da companhia em Portugal se eleve a 29 aparelhos e passando a operar 169 rotas, uma vez que também reforça frequências para Bruxelas, Dublin, Paris e Londres.
Entre os aeroportos já disponíveis no portal da Ryanair contam-se 10 de e para a Madeira (já incluído Milão Malpensa, em Itália e Shannon na Irlanda), podendo passar a 11, uma vez que Bournemouth ainda não conta das opções de reservas. Lisboa e Porto, mas também Bruxelas Charleroi, Dublin, Edimburgo, Londres Stansted, Paris Beauvais e Manchester já são operacionais há algum tempo.
Aumentar taxas na Portela para pagar Alcochete é fraude
Michael O'Leary, Presidente executivo da Ryanair, defende que "os passageiros que usam a Portela não devem pagar por Alcochete", que "só deverá abrir em 2040"
Entre os vários temas abordados na conversa com jornalistas, o executivo falou da TAP, que considerou que se for vendida a um dos grandes grupos aéreos europeus, a companhia deixará de crescer em Portugal, passando a alimentar o respetivo 'hub' na Alemanha, Países Baixos ou Paris.
"Penso que [privatizar a TAP] é a decisão correta, porque os contribuintes portugueses não devem ser chamados [a pagar] de cada vez que a TAP entra em dificuldades, mas depois de vendida, não haverá crescimento da TAP em Portugal", defendeu Michael O'Leary, em conferência de imprensa, em Lisboa.
O presidente executivo da companhia irlandesa argumentou com exemplos de vendas de outras companhias aos grupos Lufthansa e Air France-KLM, que agora "servem para alimentar" os seus 'hub' (plataformas de distribuição de voos) em Munique e Frankfurt (Alemanha), Amesterdão (Países Baixos) ou Paris (França).
O responsável da transportadora irlandesa tinha sido questionado sobre a decisão do Tribunal Geral da União Europeia (UE), que rejeitou hoje um recurso interposto pela Ryanair a uma ajuda de Estado, de 1,2 mil milhões de euros, dada à TAP em 2020, durante a crise da covid-19.
Em causa está um auxílio de Estado que Portugal concedeu à TAP Air Portugal, com o qual se pretendia manter a companhia de aviação em atividade durante seis meses, e que a Comissão Europeia autorizou, segundo um comunicado.
"Hoje perdemos", desvalorizou Michael O'Leary, acrescentando que "a TAP nunca conseguiria reembolsar a ajuda estatal".
Numa primeira fase, em junho de 2020, a Ryanair contestou, tendo conseguido a anulação do Tribunal Geral, em maio de 2021, argumentando que o executivo comunitário não tinha indicado que o beneficiário pertencia a um grupo de empresas maior, o que era necessário para examinar se a TAP SGPS era elegível para um auxílio de emergência.
Corrigido o erro, Bruxelas voltou a autorizar a concessão da ajuda de Estado à TAP em julho de 2021, referindo no acórdão de hoje, que nega provimento ao recurso da Ryanair, que foram respeitadas as condições de elegibilidade a um auxílio de emergência.
Para o Tribunal Geral, "os princípios da não discriminação, da livre prestação de serviços e da liberdade de estabelecimento também não foram violados", ressalvando ainda que "são ainda rejeitadas "as alegações da Ryanair de que a análise efetuada pela Comissão foi incompleta e insuficiente e de que a decisão não foi suficientemente fundamentada".