Greve Geral: porquê e para quê?!
A greve geral da próxima quinta-feira acontece porque os trabalhadores estão perante uma ofensiva séria aos seus direitos. O governo quer mudar a lei laboral de forma a facilitar despedimentos, baixar indemnizações, aumentar contratos precários e voltar a permitir o banco de horas individual. Tudo isto empurra os salários para baixo e torna o trabalho mais instável.
Esta reforma não aparece por acaso. É uma escolha política que favorece quem quer mão de obra barata e disponível a qualquer hora. Ao enfraquecer a contratação coletiva e ao abrir ainda mais espaço ao outsourcing e ao trabalho temporário, o governo deixa cada trabalhador mais vulnerável e com menos poder para defender o seu salário e as suas condições. Mas quem trabalha sabe bem que nada do que temos foi oferecido. Direitos básicos como férias, horários decentes, descanso e proteção na doença, só existem porque houve gerações que lutaram. Agora, querem que aceitemos um regresso ao passado: empregos sem futuro, vidas sempre em pressão e salários cada vez mais apertados.
Não há progresso num país onde quem trabalha vive na corda bamba. Salários miseráveis, horários instáveis e contratos frágeis não criam Desenvolvimento. Criam desigualdade e desespero. A reforma laboral aponta exatamente nesse sentido. É uma forma de tornar mais baratos os despedimentos e de tratar o salário como um obstáculo, em vez de um direito. A greve geral surge, por isso, como um ato de defesa. É uma forma de dizer que basta de ataques aos direitos laborais e basta de medidas que empobrecem quem já vive com dificuldades. É exigir respeito por quem produz a riqueza do país e afirmar que o trabalho tem de permitir uma vida digna.
Fazer greve é proteger o presente e o futuro. É recusar um país onde o lucro vale sempre mais do que as pessoas. É lembrar que sem trabalhadores valorizados, ninguém avança. É, no fundo, lutar pelo que é justo.