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Trump ainda admite guerra com regime de Caracas

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FOTO AARON SCHWARTZ ; POOL/EPA  

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que "não descarta" a possibilidade de uma guerra com a Venezuela, dias depois de ter ordenado um bloqueio a petroleiros daquele país e de bombardeamentos a embarcações no Mar das Caraíbas.

"Não descarto [uma guerra], não", admitiu Trump, em entrevista à estação de televisão norte-americana NBC, sublinhando que "não discute" se as suas ações recentes, incluindo os bombardeamentos - que fizeram mais de uma centena de mortos -, e a apreensão de um petroleiro venezuelano na costa do país, podem levar a um conflito.

O Presidente norte-americano deixou ainda em aberto a possibilidade de novas abordagens a navios na região e, quando questionado sobre possíveis ações num futuro próximo, indicou que "isso depende" dos venezuelanos.

"Se forem suficientemente estúpidos para continuar a navegar, vão acabar por entrar num dos nossos portos", alertou.

Trump recusou-se ainda a comentar se o objetivo destas ações dos Estados Unidos é a deposição do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que, segundo o chefe de Estado norte-americano, "sabe exatamente" o que Washington pretende.

"Ele sabe melhor do que ninguém", acrescentou.

As declarações de Trump surgiram horas depois de ter afirmado que a aprovação do Congresso não é necessária para que Washington possa atacar a Venezuela por terra, com o objetivo declarado de atingir os cartéis de droga --- algo que Caracas descreve como um pretexto para uma invasão.

Na terça-feira, Trump anunciou nas redes sociais que Washington bloquearia a entrada ou saída de todos os petroleiros sancionados da Venezuela e acusou o Governo de Caracas de roubar campos petrolíferos e ativos norte-americanos, numa alusão às expropriações realizadas durante os mandatos de Hugo Chávez.

Desde o verão, Trump ordenou um grande destacamento militar para as Caraíbas com o objetivo de deter o narcotráfico, que também acusa Caracas de estimular, e desde setembro as forças norte-americanas bombardearam mais de duas dezenas de alegados barcos de narcotraficantes, resultando na morte de cerca de 100 pessoas.

Esta semana, a chefe de gabinete do Presidente dos EUA admitiu que um destacamento militar em solo venezuelano significaria guerra e precisaria da aprovação do Congresso.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu hoje defender o país contra as agressões dos Estados Unidos e expressou a "lealdade ao comandante Hugo Chávez" (1954-2013), afirmando que está disposto a perder a própria vida para defender o país.