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Madeira

Coligação 'Mais Santa Cruz' alerta para falta de visão em Santa Cruz

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A coligação 'Mais Santa Cruz', do PSD e CDS, votou contra o Orçamento Municipal de Santa Cruz para 2026 e as Grandes Opções do Plano 2026–2030, que foi aprovado pela maioria do JPP, argumentando com a falta de legalidade de alguns documentos apresentados e a forma como serão aplicadas as verbas.

Em relação à legalidade, os deputados municipais do PSD criticaram a inclusão de matérias que, na sua opinião, não deveriam constar na proposta de orçamento, mas sim ser tratadas em sede própria, considerando indevida a tentativa de aprovação pela Assembleia Municipal.

Quanto à aplicação das verbas, o PSD considera que, apesar de contabilisticamente correcto, o orçamento "está certo nas contas, mas errado na ambição". O investimento municipal para 2026 regista uma redução de cerca de 4 milhões de euros face a 2025, contrariando o discurso sobre planeamento estratégico e visão de longo prazo. Para os vereadores do PSD, a justificação do executivo, de que a diminuição se deve ao término de grandes projectos, não é suficiente, defendendo que a conclusão de uma obra deveria ser seguida pelo início de outra.

Santa Cruz não precisa apenas de contas certas. Precisa de visão, de investimento e de decisão, coisas que pelos vistos o JPP não tem capacidade para fazer. PSD de Santa Cruz

Outro ponto criticado é o crescimento da despesa corrente, que já representa mais de 77% do orçamento, com especial destaque para os custos com pessoal, que ultrapassam 40% do total. O PSD alerta que "quando a máquina cresce mais depressa do que o investimento, não se fortalece o concelho, apenas se torna mais pesado”"

O PSD questiona ainda a apresentação de um saldo de gerência de mais de 15 milhões de euros como prova de boa governação, considerando que isso revela decisões estruturais adiadas. Sobre a dívida municipal, os deputados lembram que, embora esteja controlada e abaixo do limite legal, "a questão não é quanto podemos endividar-nos, mas para quê".