PIB da Madeira em 2024 com novo máximo de 7,5 mil milhões
Ainda que a informação seja provisória, o crescimento real foi de 1,5% face a 2023, abaixo da média nacional
O Produto Interno Bruto (PIB) da Região Autónoma da Madeira em 2024 "fixou-se nos 7,5 mil milhões de euros, crescendo 7,5% em termos nominais e 1,5% em termos reais", segundo a informação provisória divulgada hoje, em simultâneo pelo INE e pela, DREM. De acordo com a Direção Regional de Estatística da Madeira, "significa que a Região ficou acima da média nacional no que respeita ao crescimento nominal e abaixo dessa mesma média no que concerne ao crescimento real".
"De facto, o PIB de Portugal registou um crescimento nominal de 7,1%, observando-se variações positivas em todas as regiões do País", realça. "Destacaram-se o Algarve (+8,3%), a Península de Setúbal (+7,8%) e a Região Autónoma da Madeira (+7,5%), que se posicionaram acima da média nacional", enquanto "as regiões Norte (+7,2%), Grande Lisboa e Região Autónoma dos Açores-RAA (ambas com +7,1%) registaram desempenhos próximos da média do País" e "o Centro (+6,7%), o Oeste e Vale do Tejo (+6,6%) e, em especial, o Alentejo (+4,5%) apresentaram crescimentos nominais inferiores à média".
Já em termos reais, "métrica habitualmente utilizada para medir o crescimento económico, e que exclui o efeito preço", o PIB português "subiu 2,1%, com crescimentos ligeiramente diferenciados entre regiões. Estima-se que o Alentejo (+1,1%) e a RAM (+1,5%) tenham apresentado as performances de menor amplitude. Nas restantes regiões, a evolução foi próxima da média nacional, tendo o Centro (+2,1%) igualado o desempenho do País, enquanto o Oeste e Vale do Tejo, a Grande Lisboa e a Península de Setúbal superaram ligeiramente essa média com um aumento real de 2,2%. Por seu lado, o Norte, o Algarve e a Região Autónoma dos Açores apresentaram um crescimento de 2,3%, 0,2 pontos percentuais (p.p.) acima do País".
Explicando o porquê desta discrepância, diz a DREM que "o incremento real do PIB da RAM foi condicionado pela redução do Valor Acrescentado Bruto (VAB) dos serviços prestados às empresas (-4,4%), associada à menor atividade no Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), e pelo decréscimo do VAB da administração pública, defesa, saúde e educação (-0,3%). De notar, que sem o contributo negativo do CINM, o crescimento real do PIB regional seria muito próximo da média nacional", aponta.
De notar que "em 2024, três regiões NUTS II do País encontravam-se acima da média nacional: a Grande Lisboa (índice de 156,5), o Algarve (108,3) e a RAM (107,2)", enquanto "as regiões com o PIB per capita mais baixo eram a Península de Setúbal (67,3) e o Oeste e Vale do Tejo (78,4). A RAA surge com um índice de 88,1, acima do Norte (86,0) e do Centro (85,9), mas atrás do Alentejo (93,7)".
Já em termos de comparação com a média dos 27 países da União Europeia, "a única região portuguesa acima do índice 100 foi a Grande Lisboa (128,9)", o que significa que, "em 2024, a RAM apresentou um índice de 88,3, situando-se atrás da região com o segundo melhor desempenho, o Algarve, que registou um índice de 89,2. A Península de Setúbal observou o menor índice (55,4), seguido do Oeste e Vale do Tejo (64,6). A RAA apresentou um valor de 72,5".
Já no que diz respeito à "produtividade aparente do trabalho (relação entre o VAB e o emprego que lhe está subjacente), a RAM apresentava, em 2024, um valor de 50,5 milhares de euros, o segundo mais elevado do País, apenas atrás da Grande Lisboa (58,3 milhares de euros), sendo estas as únicas regiões acima da média nacional (47,7 milhares de euros)", destaca.
Dados finais de 2023 confirmam 'boom' pos-covid
Por outro lado, "em 2023, o Rendimento Disponível Bruto da RAM per capita ficou acima da média nacional, contrariamente aos dois anos anteriores", o mesmo acontecendo com o Rendimento Disponível Bruto, com os dados a revelarem o forte crescimento de todos os indicadores desde a quebra registada em 2020, quando o PIB regional caiu 15,5%, afectando todos os restantes dados.
Sendo que aqui já é informação final para o referido ano de 2023, onde se revela que "o PIB regional se aproximou dos 7,0 mil milhões de euros, tendo registado um crescimento de 11,1% em termos nominais face ao ano anterior e de 4,6% em termos reais, acima do verificado no País (10,8% e 3,1%, respetivamente). Face à informação provisória, houve uma revisão nos valores da RAM de -0,4 p.p. e de +0,1 p.p. nas taxas de variação do PIB nominal e real", destaca. Dentro de um ano, saberemos os dados finais de 2024 e confirmar se há ajustes a fazer pela revisão.
Continuando, em 2023, "o montante global de investimento realizado na RAM fixou-se nos 1.111,4 milhões de euros, crescendo 6,3% face ao ano anterior", sendo contudo uma "variação inferior à observada a nível nacional (+10,3%)". E calcula: "O Alentejo (+15,5%), a Península de Setúbal (+14,2%), o Oeste e Vale do Tejo (+13,0%) e a Grande Lisboa (+12,2%) destacaram-se por registarem um crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) superior à média nacional, surgindo no polo oposto o Algarve (+6,7%) e a RAM (+6,3%)."
Como referido, o Rendimento Primário Bruto (RPB) mas também o Rendimento Disponível Bruto (RDB) da RAM "evoluíram de forma positiva. Para ambos os indicadores, a variação face a 2022 foi, em termos nominais, de grandeza sensivelmente semelhante, +12,2% e +11,6%, respetivamente", enquanto "no País, as variações destes indicadores foram mais diferenciadas: 11,1% no caso do RPB e de 9,1% no do RDB. As três regiões com maior crescimento do RPB foram o Alentejo (+12,9%), o Algarve (+12,8%) e a RAM (+12,2%), enquanto a RAA registou o menor aumento face a 2022 (+9,9%). No que se refere ao RDB, a RAM liderou os aumentos (+11,6%), seguido do Alentejo (+11,1%) e do Algarve (+10,2%), enquanto o Norte apresentou o desempenho com menor amplitude (+8,5%)".
Por fim, "observando a evolução do índice de disparidade do RP face à média nacional entre 2022 e 2023, conclui-se que o mesmo na RAM evoluiu positivamente aproximando-se mais da média nacional (98,7), enquanto o índice de disparidade do RD superou mesmo a média nacional em 1,7 p.p., fixando-se em 2023 nos 101,7, quando em 2022 não ultrapassou os 99,2". E acrescenta, em conclusão: "Verifica-se que a Grande Lisboa e o Algarve são as únicas duas regiões que apresentam simultaneamente níveis superiores à média nacional para o RP, o RD e o PIB per capita, no ano de 2023. Para a RAM se juntar a estas regiões faltou ultrapassar a média nacional no que se refere ao índice de disparidade do RP per capita (98,7), pois no caso do RD (101,7) e no PIB (107,2) isso sucedeu."