Físico português morreu baleado na sua casa, polícia americana investiga homicídio
O físico português Nuno Loureiro, que morreu hoje em Boston, nos Estados Unidos, foi baleado na segunda-feira à noite na sua casa, noticiou a imprensa norte-americana.
De acordo com a CBS News, Nuno Loureiro, 47 anos, que dirigia o Centro de Ciência do Plasma e Fusão do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi morto a tiro na sua casa, em Brookline, na Área Metropolitana de Boston, Estado de Massachusetts.
O docente e investigador foi transportado para um hospital de Boston, onde foi declarado o óbito hoje de manhã.
A polícia abriu uma investigação de homicídio.
Vizinhos contaram à imprensa local ter ouvido sons de disparos.
Citado pelo jornal The New York Times, o embaixador dos Estados Unidos em Portugal, John J. Arrigo, expressou hoje, numa nota, as suas condolências à família de Nuno Loureiro, amigos e colegas.
"Honramos a sua vida, a sua liderança na ciência e as suas contribuições duradouras", afirmou.
Aos que privaram com Nuno Loureiro na academia, o MIT ofereceu ajuda e apoio psicológico.
"Os nossos mais profundos sentimentos estão com a família, os alunos, os colegas e todos aqueles que estão de luto", refere o MIT em comunicado, citado pelo The New York Times.
A morte do físico Nuno Loureiro, baleado em Boston, foi anunciada hoje em Portugal pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante uma audição parlamentar, sem avançar mais informações.
O Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, onde o físico se formou e fez investigação, lembrou, em comunicado, o "colega brilhante com quem era um prazer científico e pessoal colaborar".
Formado em 2000 em Engenharia Física Tecnológica pelo IST e doutorado em 2005 em Física pelo Imperial College London, no Reino Unido, Nuno Loureiro juntou-se em 2016 ao MIT, onde era também professor.
Desde maio de 2024 dirigia o Centro de Ciência do Plasma e Fusão do MIT, um dos maiores laboratórios do instituto, onde desenvolvia trabalho em física teórica e as suas aplicações em fusão nuclear.
No Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, unidade do Técnico onde se tornou investigador em 2009, liderou o grupo de Teoria e Modelização.
Citado em 2024 pelo IST, Nuno Loureiro defendia que "a energia de fusão irá mudar o curso da história da humanidade".
Nos Estados Unidos recebeu, em 2017, o Prémio Carreira da Fundação Nacional de Ciência e, mais recentemente, em 2025, o Prémio Presidencial de Início de Carreira para Cientistas e Engenheiros, concedido em janeiro pelo então Presidente Joe Biden.