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Madeira

Chega critica alegada instrumentalização política em escola da Madeira e pede desculpa por lapso no nome

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O Grupo Parlamentar do Chega na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira lamentou esta terça-feira, 16 de Dezembro, um lapso cometido ontem, na qual foi referida a Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia, esclarecendo que a situação em causa ocorreu, afinal, na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco.

Escola Dr. Horácio Bento de Gouveia contesta declaração do deputado Miguel Castro

A Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia reagiu esta terça-feira, 16 de Dezembro, à afirmação feita pelo deputado Miguel Castro, na Assembleia Legislativa da Madeira, de que uma professora daquele estabelecimento terá dito aos seus alunos para “não votarem no Chega”.

Em nota enviada à comunicação social, o partido sublinha que a crítica não se dirige à escola enquanto instituição, mas a uma actuação individual de uma docente, que terá dito aos seus alunos para “não votarem no Chega”. Segundo o partido, essa atitude “não representa a comunidade educativa nem o papel que a escola deve desempenhar na formação dos jovens”.

O deputado Miguel Castro afirma que a escola deve ser um espaço de aprendizagem e de desenvolvimento do pensamento crítico, considerando problemático quando esse espaço é usado para outros fins. “A escola deve ser um espaço de aprendizagem, de conhecimento e de desenvolvimento do pensamento crítico. O problema surge quando um professor, sem coragem para assumir uma posição política no espaço próprio, utiliza a sala de aula para condicionar alunos que ali estão para aprender, reflectir e formar opinião de forma livre e autónoma”, declara.

Segundo o partido, a situação terá sido comunicada ao grupo parlamentar por dois encarregados de educação, que apresentaram uma queixa e identificaram a professora envolvida. O Chega afirma que a sua posição se baseia em relatos concretos de pais e não em especulação.

Miguel Castro defende que a missão da escola deve assentar no pluralismo e na liberdade de pensamento. “Educar não é doutrinar. Ensinar não é impor. A missão da escola é transmitir conhecimento, promover a capacidade de interpretação, estimular o espírito crítico e respeitar o pluralismo”, aponta, acrescentando que “quando se ultrapassa essa linha, falhamos pedagogicamente e traímos a confiança das famílias”.

O deputado é particularmente crítico quanto ao que considera ser o uso indevido do espaço educativo, afirmando que “usar o espaço educativo para fazer militância ideológica encapotada é um acto de cobardia política”, defendendo que a intervenção política deve ocorrer “no espaço público e partidário”.

Na mesma nota, o Chega rejeita qualquer tentativa de transformar o sistema educativo regional num instrumento de “formatação ideológica”, sublinhando que os alunos devem aprender a pensar de forma autónoma. “A educação na Região Autónoma da Madeira não pode ser usada por quem despreza o pluralismo e mina a democracia de forma silenciosa”, afirmou Miguel Castro.

O grupo parlamentar reitera ainda o seu respeito por todas as escolas e pela maioria dos professores, destacando o profissionalismo com que exercem a sua função, e apresenta um pedido de desculpas à Escola Dr. Horácio Bento Gouveia pela referência indevida.

Miguel Castro conclui sublinhando que “defender a liberdade de pensamento dos alunos é defender a democracia”, assegurando que o Chega manterá essa posição.