Dois a quatro mil glaciares podem desaparecer por ano em 2050
O desaparecimento de glaciares, devido às alterações climáticas, deverá atingir o pico em meados do século, com dois a quatro mil por ano, indica um estudo divulgado esta segunda-feira.
O estudo, publicado na revista "Nature Climate Change", especifica que o número de glaciares que desaparecem depende do nível de aquecimento no mundo acima dos valores pré-industriais.
Os autores notam que limitar o aquecimento a 1,5 graus celsius (ºC) pode mais do que duplicar o número de glaciares restantes em 2100, em comparação com um cenário de aquecimento de 2,7ºC e evitando a perda quase total de glaciares previsível com um aquecimento de 4,0ºC.
Alertando para um recuo dos glaciares em todo o mundo, uma tendência que tem sido ligada à subida do nível da água do mar, os autores do estudo destacam que o fim dos glaciares também tem consequências culturais e económicas e até espirituais.
Em algumas comunidades os glaciares têm significado cultural e espiritual e, porque atraem milhões de visitantes em cada ano, são uma importante fonte de rendimento, mas também uma fonte de água.
Os investigadores analisaram mais de 200.000 glaciares e usaram quatro cenários de aquecimento global, introduzindo o conceito de "pico de extinção dos glaciares", o ano em que desaparece o maior número de glaciares.
Os resultados mostraram que com um aquecimento de 1,5°C, o desaparecimento dos glaciares atingirá o pico com cerca de 2.000 glaciares por ano em 2041 e com um aquecimento de 4°C pode chegar-se a 4.000 glaciares por ano em meados da década de 2050.
Em regiões de pequenos glaciares, como os Alpes Europeus e os Andes Subtropicais, podem acontecer picos precoces, com metade dos glaciares a desaparecerem potencialmente nas próximas duas décadas.