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Notas soltas

As situações são tantas, tão diversificadas e os temas tão complexos, quer no nosso país como no mundo, que, sem poder opinar sobre todos eles, me atrevo a colocar só alguns deles à consideração de cada um.

Plataforma da Mobilidade

Soube-se que o governo da República vai avançar com uma nova solução para que os Madeirenses não tenham o seu dinheiro tanto tempo emprestado (sem juros) ao Estado.

Mas não se preocupem, referiu o ministro da tutela respetiva. Porque a intenção é que, um dia, não se tenha de adiantar um cêntimo que seja. Ainda não se percebeu é porque é que o avanço com uma plataforma nova não induz, de imediato, essa solução. Não é por incapacidade dos programadores, pelo que a raiz do problema é outra. Depois de muito indagar, parece que, afinal, haverá alguém que considera as companhias aéreas mais importantes para a República dos que os milhares de cidadãos Madeirenses (apregoados como portugueses)?

Mudanças na Lei Laboral

Confesso que estranhei o afã da ministra da tutela e do governo da República neste tema. Alegando que tudo decorria da necessidade de se aumentar a produtividade, pelo que, assumem, era necessário desregular mais o mercado de trabalho. Quando e inversamente, por todos os estudos conhecidos, a desregulação não contribui para o aumento da produtividade. Muito antes pelo contrário. O que contribui, de facto, para a produtividade, são dois fatores. A confiança recíproca e o respeito mútuo entre empresários e trabalhadores. E, antes de tudo o mais, as qualificações de ambos, seja em que setor for. Estranhamente, porém, sobre esta questão, tutelada pela mesma ministra, nada se ouviu. O que me deixa uma dúvida. Será que a produtividade é mesmo o interesse primacial, ou há uma outra agenda? A crer nos dados do Economist, parece não haver dúvidas.

Trump, Maduro e Hernandez

Trump, em nome do que diz ser uma ‘cruzada’ de combate ao narcotráfico, desencadeou um ataque contra o “capo” do atual regime da Venezuela. Mas, simultânea e contraditoriamente, o mesmo Trump conferiu um perdão a Juan Hernández, ex-presidente das Honduras, que cumpria uma pena por narcotráfico, nos EUA, de 45 anos de prisão. Neste contexto, que venha o diabo escolher qual destas 3 alminhas deseja ter a seu lado. Por mim, inclino-me que as queira todas!

O fim dos jornais

Miúdo, a aprender as primeiras letras, esperava, ansiosamente, a chegada do Notícias de LM a casa, mesmo antes de sair para a escola. Sei o que lhe devo. A esse primeiro jornal e aos inúmeros que se lhe seguiram. Tenho, por isso, de lamentar o abandono a que ficarão votados tantos portugueses, pela circunstância de já não lhes chegarem os jornais. Com a agravante dos prejudicados serem, a grande maioria, ainda excluídos informaticamente e não acederem às edições online. Perde a cultura. Perde-se o direito à informação. Perde a democracia. Perde o país, que, definitivamente, não respeita todas as suas partes, nem os cidadãos que nelas habitam. E não me venham falar de não serem possíveis apoios à distribuição. Houvesse vontade política do governo da República e tudo se resolveria. Mas deve ser melhor assim, para quem demonstra, afinal, preferir o obscurantismo ao acesso à informação.