Corina Machado cantou o hino da Venezuela na varanda do hotel em Oslo
Líder da oposição venezuelana desceu até à praça para cumprimentar concidadãos, entre os quais, muitos madeirenses que registaram o momento emotivo
Maria Corina Machado surpreendeu a multidão que se juntou em frente ao hotel onde ficou a Nobel da Paz, em Oslo, ao aparecer em público para saudar e cumprimentar os concidadãos que viajaram para a Noruega, entre os quais venezuelanos residentes na Madeira e lusodescendentes.
Eram 2h20 da manhã desta quinta-feira quando a líder da oposição venezuelana surgiu na varanda do hotel em Oslo, para gáudio da multidão que se juntou e aguardava uma oportunidade para saudá-la.
A partir da varanda do hotel, Corina Machado acenou e agradeceu o apoio das centenas de concidadãos que viajaram para a Noruega de propósito para assistir à cerimónia de atribuição do prémio Nobel da Paz que decorreu ontem em Oslo e onde se fez representar pela filha.
Num momento emotivo, a multidão cantou o hino da Venezuela juntamente com Corina Machado, conforme o vídeo enviado ao DIÁRIO por um membro da comunidade madeirense. Pouco depois, a líder da oposição desceu e foi ao encontro dos manifestantes, cumprimentando um a um e agradecendo o apoio incondicional.
Entre os apoiantes está Lídia Albornoz, residente na Madeira, que referiu ao DIÁRIO que o grupo que viajou desde o Funchal está a tentar agendar um encontro com Corina Machado, o que não se adivinha tarefa fácil, atendendo às inúmeras solicitações e às condições de segurança bastante apertadas.
Há uma agenda muito apertada, hoje à tarde vamos estar numa conferência na Universidade de Oslo com vários oradores de renome. A ideia é agendar uma reunião com ela antes de regressarmos à Madeira. Mas não será fácil, pois somos muitos e a segurança sobre ela é muito apertada" Lídia Albornoz
Madeirenses na Noruega para assistir ao Nobel da Paz
Lídia Albornoz descreve como “um sonho” a experiência de estar na Noruega para acompanhar, juntamente com centenas de venezuelanos e luso-venezuelanos, a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz a Maria Corina Machado. A activista madeirense integra o grupo que viajou até Oslo para este momento considerado histórico para a diáspora venezuelana, ao lado de Carlos Fernandes e Ana Cristina Monteiro, também eles madeirenses ligados à comunidade venezuelana.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, terá saído da Venezuela na terça-feira de barco rumo a Curaçau para tentar chegar a Oslo, Noruega, e receber o Prémio Nobel da Paz, avançou ontem o The Wall Street Journal.
Segundo o jornal, que cita fontes do Governo norte-americano, María Corina Machado viajou secretamente para a ilha das Caraíbas, situada a menos de 80 quilómetros da costa venezuelana.
A opositora venezuelana não chegou a tempo de participar na cerimónia realizada ontem na capital norueguesa e acabou por ser a sua filha, Ana Corina Sosa, a receber o galardão e a ler o seu discurso, embora tenha confirmado que estaria em Oslo nas próximas horas.
O Instituto Nobel tionha informado ontem à tarde que a líder da oposição venezuelana também não participaria nos restantes eventos agendados, incluindo o banquete de gala.
"Machado não comparecerá nem à procissão das tochas, nem ao banquete do Nobel. Não sabemos quando chegará a Oslo, apenas que virá", disse o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim.
Ontem, o The Wall Street Journal, avançou que a viagem para tentar chegar a Oslo poderia obrigar María Corina Machado a exilar-se, depois de ter passado grande parte do último ano escondida na Venezuela para evitar ser presa pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.
A líder opositora expressou, no entanto, a sua intenção de regressar "muito em breve" ao seu país após a sua passagem por Oslo.
"Abrimos as portas das prisões e veremos sair ao sol milhares de inocentes que foram injustamente encarcerados", transmitiu Ana Corina Sosa na Câmara Municipal de Oslo, onde decorreu a cerimónia de entrega do Nobel da Paz, depois de afirmar que "em poucas horas" poderia abraçar a sua mãe após dois anos.
A tradicional procissão das tochas organizada após a cerimónia percorre o centro de Oslo até terminar em frente ao hotel onde o laureado está hospedado, que costuma sair para saudar da varanda e proferir algumas palavras.
O Conselho da Paz, que reúne cerca de 20 organizações, recusou-se este ano a organizar o tradicional desfile devido ao seu desacordo com a escolha da venezuelana como Prémio Nobel da Paz, mas a organização Norwegian Venezuelan Justice Alliance irá fazê-lo.
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