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A culpa é das grávidas

Não sei se quando sair este artigo a ministra maçónica ainda exerce, mas já começo a pensar que a coitada não tem culpa de nada disto. É a maior vítima desta cabala que as grávidas montaram contra si. Por outro lado, começo a ter pena de quem tem de ter filhos neste país, onde as urgências têm horário de centro comercial.

Gostava de lhe dar duas ou três palavrinhas, mas sinceramente os tipos e, já agora, tipas, de avental não são o meu ponto forte. Não sei como se fala com essa gente, se precisamos de prestar vénias, de beijar o anel, se há algum ritual de iniciação, por isso escrevo na esperança de que a senhora (não) leia, não vá eu precisar de ir bater a um hospital um dia destes.

Este ano, foram já 32 os bebés nascidos em ambulâncias, mais do que o total de cada um dos últimos três anos. Para quem ia mudar o sistema de saúde em 60 dias, o tempo deve ter parado. Deve estar NA TAL IDADE de não entender nada sobre políticas de NATALIDADE.

Penso que só a Grande Loja Feminina explica porque é que a senhora ainda se aguenta, porque os cordelinhos que a seguram são os mesmos que puxam tanta gente neste país e distribuem por lugares que deviam ser ocupados por gente competente. Não por pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas. Qualquer dia, a única coisa que resta deste Portugal que amamos são ambulâncias com cadeiras de sala de partos e autoestradas com kits de cesarianas ao lado das bocas de incêndio.

Também não percebo porque é que as mulheres engravidam e não vão aos sete meses para o Hospital, com cama feita e roupa lavada, comidinha servida nos aposentos e ainda assim ter direito a televisão e revistas. Eu que fui para a Clínica de Santa Catarina de cesarianas marcadas por questões de saúde, podia ter aproveitado e ia uns dias antes. Que burra que fui. Eram os 20 e tal anos a me bloquearem o cérebro.

Outra coisa que não consigo compreender é porque é que a situação se repete. Se as grávidas em fim de tempo vissem as notícias, saberiam que os tarefeiros também precisam de descansar. E concordo que todos os médicos devem descansar as horas devidas, sob pena de negligenciarem quem lhes chega às mãos. O que não sei é como é que uma ministra que presidiu ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte consegue fazer tanta asneira junta. Afinal, se o sistema de saúde está como está, pode ter sido por ter seguido o exemplo do maior hospital do país (o de Santa Maria, em Lisboa), onde a senhora assentou arraiais.

Não há desculpas para esta falta de jeito para gerir. Isto não é uma loja de vender aventais, é uma sucessão de casos que custaram a vida este mês a uma mãe e um filho que se esqueceram de dizer à senhora que afinal já tinha chegado há mais tempo do seu país. Como se alguém acreditasse que os médicos é que mentiram. É preciso dizer basta e mandar a senhora… ir jogar golfe.

Posto isto, tenho de dar razão aos médicos quando dizem que o sector não pode ser gerido por farmacêuticos. Esses só deviam aviar receitas.