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Crónicas

Jorge Carvalho

Acredito que Jorge Carvalho inicia um novo ciclo na Câmara do Funchal impondo a sua matriz pessoal. A sua equipa parece feita à medida. O que ajuda sobremaneira

O Funchal teve a benção, popular e democrática, de mais uma vitória de Miguel Albuquerque e do PSD, resultando na eleição de um grande Homem para presidente da câmara municipal.

Jorge Carvalho revelou-se sério, competente e sereno secretário regional de Educação. Todos vamos recordar o seu desempenho governamental, nada eufórico ou exuberante, mas tranquilo, pragmático e decidido.

Tudo bons atributos para professores, alunos e pais.

Quando perseguido na sua isenção e princípios afastou-se até que o ciclo político fosse outro.

Apoiante de Miguel Albuquerque, foi por este “requisitado” para a educação e desporto regional, globalmente uma das duas maiores fatias orçamentais da Região e, geralmente aceite, como o pilar decisivo no crescimento social e no desenvolvimento económico da sociedade actual.

Fiquei feliz pela sua indicação, em processo partidário recambolesco, a que é alheio, para candidato social-democrata a presidente da câmara municipal da minha Cidade.

Ficaram os funchalenses satisfeitos recebendo o apoio maioritário para a governação do Funchal. Acumulando, com as respectivas equipas, vitória em todas as freguesias.

É uma nova etapa política para a Capital. Acredito que um tempo para rever o muito que precisa ser organizado e iniciado um novo ciclo. Com firmeza mas muita sabedoria.

O Funchal precisa de liderança justa e oportuna. Nem tudo está bem. Habitação e mobilidade são duas principais prioridades. Coincidem com as principais opções do governo regional. Ser complementar é também atributo municipal. Principalmente tratando-se do maior município do arquipélago.

Acredito que Jorge Carvalho inicia um novo ciclo na Câmara do Funchal impondo a sua matriz pessoal. A sua equipa parece feita à medida. O que ajuda sobremaneira.

Cristina Pedra exerceu a presidência da câmara sem que para isso tivesse programa próprio aprovado pelos funchalenses. Foi uma herdeira inesperada de uma situação política insólita. Soube assumir essa situação rara. Fica a sensação de que deveria ter repetido mandato com equipa e programa próprio. Muito mais poderia ter conquistado para a Cidade. Não posso deixar de lamentar a “lei do ruído”. Uma precipitação desnecessária. Afinal, só mudou para alguns.

Miguel Albuquerque

O presidente do Governo Regional em São Bento e na Comissão em Bruxelas são muito boas notícias. Reunir ao mais alto nível, com o Primeiro Ministro e com o Vice-Presidente da Comissão Europeia, é oportunidade rara que tem de ser bem aproveitada. Como é habitual no caso de Miguel Albuquerque. Ter a lição bem preparada, dizer o essencial e procurar aceitação.

A Europa tem novos desafios, agora sobretudo de defesa e orçamental. Tem tendência para tirar das prioridades o que é periférico nas suas preocupações. Vivi e ajudei à criação da causa das regiões periféricas da Europa, tem menos de cinquenta anos. Temo pela sobrevivência do seu estatuto especial. Principalmente da ultra periferia.

Partido Socialista

O antigo partido de vermelho, mais recentemente rosa, muitas vezes a branco e, em recentes eleições, de azul, vive a amargura da decadência política e inutilidade autonómica. Sem o PS no poder em Lisboa, na Madeira vale em influência o mesmo que o Bloco de Esquerda da Mortágua: zero. Agora que procuram novo líder e nova organização partidária valeria a pena questionarem-se “para que tem servido o PS na Madeira?”. Mostrem que se justifica continuar, mesmo como extrema esquerda parlamentar. Como moderados foram uns falhados. Na defesa da Autonomia nem contam.

José Manuel Rodrigues

Toma-nos por pacóvios. Não é de confiança. Uma vida política de traição em traição.

Rent a car

Proponho novo imposto e multas de trânsito agravadas para os “rent a car”

A criação de uma taxa de dois euros diários, a pagar pelo utilizador, pelo aluguer de viatura sem condutor é uma meia solução. Saúdo a iniciativa governamental mas não aceito que se tenha perdido a oportunidade para lançar um imposto regional sobre este sector.

Tanto “choramos” pela pouca Autonomia de que dispomos que é estranho podermos aproveitar as suas possibilidades e não as usarmos.

Nunca criámos um imposto regional adicional aos já existentes para os “rent a car” e esta seria uma excelente ocasião para celebrarmos a rara Autonomia fiscal de que dispomos. Era exemplar acrescentarmos adicionais fiscais aos impostos já existentes. Ou novos impostos. Era uma primeira experiência que justificaria outras iniciativas pontuais e ensinamentos para modelos futuros.

Uma taxa nunca é uma medida política orientadora mas apenas um correctivo envergonhado ao que não gostamos.

Também sou de opinião que se deveriam aumentar, e muito, as multas de trânsito relativas aos “rent a car”. É absurdo o abuso de infrações de trânsito cometidos pelos “rent a car” justificando-se penas acrescidas aos respectivos incumprimentos. Levaria a mais fiscalização policial, coisa que não se vê fora das operações stop.

É fazer, salvaguardadas as proporções, como no Dubai: os estrangeiros pagam todas as multas pela medida grande enquanto os cidadãos nacionais têm larga condescendência.