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PSD porquê?

No próximo domingo, dia 12, somos novamente chamados às urnas, num ritual que se tornou mais frequente do que o habitual, desta vez para escolhermos os autarcas que vão gerir os destinos das freguesias e municípios onde vivemos. A pergunta que proponho que muitos façam a si mesmos antes de votar é: porquê escolher o PSD?

Vejamos o exemplo do Porto Moniz: ao longo dos últimos doze anos, este município da Costa Norte foi governado pelo PS e as consequências positivas estão à vista de todos. O município liderado por Emanuel Câmara foi pioneiro em muitas políticas sociais, que chegaram aos recém-nascidos, às crianças, aos jovens, aos casais e aos idosos de todo o concelho. Com a sua visão Socialista e ao contrário do que muitos previam, o Porto Moniz foi capaz de reter a sua população, qualificou-a apostando na educação, cuidou dos mais velhos e é hoje um dos principais polos económicos turísticos da Região. E não, não foi sempre assim: do tempo anterior, do PSD, ficaram as dívidas por pagar, as obras por explicar - de que o heliporto nunca utilizado é mesmo a mais caricata -, as urgências por funcionar, as piscinas por limpar e os apoios por dar. Chegados aqui, é caricato assistir ao candidato do PSD, que até já foi do PS, dizer que quer voltar a esse tempo longínquo, inspirando-se em Válter Correia, mas para continuar a fazer o que foi o PS de Emanuel Câmara a iniciar. Não só o candidato e as promessas não são credíveis, como ninguém muda do certo para o incerto, do conhecido para o desconhecido, do futuro para o passado, que o candidato do JPP, aliado do PSD, também vangloria ao invocar o tempo de… Alberto João Jardim. É por isso que estou absolutamente convicto de que, no domingo, o povo do Porto Moniz vai votar no PS de Olavo Câmara para continuar a liderar os destinos do concelho: porque é conhecido de todos e conhece os seus eleitores e o seu município melhor do que ninguém; porque tem a melhor equipa e a mais bem preparada; porque tem a experiência política, profissional e pessoal que garante que o bom trabalho é para continuar e melhorar, sempre no rumo certo - o do futuro.

Mas há mais: a Este, em Machico, o Hugo Alexandre Marques, que acompanhou o Ricardo Franco na vereação ao longo dos últimos anos, é a garantia de que o bom trabalho desenvolvido neste concelho também é para continuar, dando atenção a novas problemáticas, como a habitação. Porquê pensar em votar nesse PSD de má memória que fala muito de obras, mas tudo o que deixou foram dívidas de milhões por pagar? Na Junta de Freguesia, o bom trabalho do Alberto Olim também tem continuidade assegurada no Pedro Viveiros, que dispensa apresentações porque o povo de Machico conhece-o bem - tão bem como ele conhece as veredas, os caminhos, os terrenos e as habitações que ajudou a limpar, a manter e a erguer sempre que pôde.

A Oeste temos o exemplo da Ponta do Sol: porquê votar no PSD de Rui Marques? Tiremos da equação o esdrúxulo processo judicial em que o candidato e ex-Presidente está envolvido, impulsionado pelos seus parceiros de coligação e agora apoiantes do CDS, a última prova regional de que ali já não há dois partidos, apenas interesses comuns. Foquemo-nos no trabalho feito: se a Célia Pessegueiro já faz o que faz e apenas com os recursos camarários, o que não teria feito se no Governo do Funchal a deixassem trabalhar com mais, que é como quem diz com os contratos-programa que no PSD sempre lhe negaram? A Ponta do Sol não precisa de mais PSD mandado a partir do Funchal; precisa de menos, porque da Quinta Vigia e da Rua dos Netos não tem recebido nem bons ventos, nem bons casamentos.

Quando quiserem falar de política de proximidade a sério, vão ao Porto Moniz, a Machico e à Ponta do Sol aprender como se faz. Foco-me nestes três exemplos porque conheço-os bem, mas podia dar a volta à Região. Não tenho dúvidas de que um voto no Pedro Diniz e no António Alves em Santa Cruz, no João Carlos Gouveia e na Sara Silva em São Vicente, no Nilson Jardim em Câmara de Lobos, na Nádia Melim no Porto Santo, na Sofia Canha na Calheta, ou no Rui Caetano no Funchal, é um voto melhor do que no PSD. No momento mais difícil da história recente do PS na Madeira, todos eles merecem reconhecimento pela coragem que demonstram ao encabeçarem candidaturas difíceis, mas que são, também por isso, mais inspiradoras do que as do PSD de sempre, acomodado e conformado com o estado a que isto chegou.

O exemplo do Funchal é mesmo, a esse propósito, o mais caricato de todos. Porquê votar no PSD, que há 4 anos prometia um “Funchal Sempre à Frente”, mas que tudo o que fez foi deixar dois presidentes e uma equipa inteira de vereação eleita para trás? Que deixou um programa eleitoral inteiro por cumprir para trás, de que os estacionamentos no centro do Funchal e os novos nós da via rápida são apenas dois exemplos do ridículo a que se sujeitaram? Que deixou o planeamento da cidade para trás, incluindo o urbanístico, que desapareceu e foi trocado por decisões “ad hoc”? Porquê votar neste PSD que agora diz ser, agora sim!, “Sempre Melhor”, mas só à segunda acertou no candidato a presidente?

Há madeirenses tão habituados a votar de olhos fechados no PSD que já nem se questionam porquê e para quê. Desta vez, questione-se: vai ver que encontra boas razões para mudar de voto - e para melhor.