DNOTICIAS.PT
Madeira

JPP repudia acusações do deputado do Chega sobre abertura de mesquita na Madeira

Francisco Gomes acusou o Juntos Pelo Povo de "abrir a Madeira ao islamismo"

None

Filipe Sousa denuncia discurso de ódio do Chega e esclarece: "única mesquita existente na Madeira foi inaugurada em 2009, em Santo Amaro, por Alberto João"

O Juntos Pelo Povo (JPP) reagiu às declarações do deputado do Chega, Francisco Gomes, que acusou o partido de ter responsabilidades na abertura de uma mesquita em Santa Cruz, conforme noticiou, esta manhã, o DIÁRIO.

Deputado do Chega acusa "JPP de abrir a Madeira ao islamismo"

O deputado do Chega (CH) eleito pela Madeira à Assembleia da República acusou "o JPP de ser o responsável pela entrada do islamismo na Madeira. Francisco Gomes afirma que "foi por culpa e decisão política do JPP que o Centro Cultural Islâmico já se instalou na Região, nomeadamente no Caminho da Terça, 112, em Santa Cruz, segundo registos públicos" a que o deputado diz ter tido acesso.

Em comunicado, o JPP classificou as acusações como “infundadas e falaciosas”, qualificando-as de “tentativa insana de manipular a opinião pública através da disseminação da mentira, do medo e acima de tudo da intolerância”.

O partido afirmou desconhecer a que se refere Francisco Gomes, sublinhando que “não tem, nem nunca teve, qualquer intervenção, responsabilidade ou envolvimento na instalação de qualquer centro religioso, seja ele islâmico, católico ou de qualquer outra confissão religiosa”.

O comunicado acrescenta ainda que “o deputado do Chega vai ao ponto de confundir a residência de um cidadão com uma mesquita”, e explica que “as decisões sobre associações culturais ou religiosas seguem os trâmites legais e administrativos normais nas conservatórias de registos notariais (e no caso apontado pelo deputado do Chega, o registo foi feito no Funchal), sujeitos à Constituição da República, que o JPP respeita integralmente”.

Segundo o JPP, o discurso do deputado do Chega é “perigoso, falso e incendiário”, alimentando divisões e ódios inexistentes e tentando “importar para a Madeira um clima de intolerância que é peculiar neste partido, mas alheio à nossa tradição de respeito, paz e convivência com todos que caracteriza a sociedade madeirense”. O partido reforça que a Madeira tem mais de 200 anos de tradição de acolhimento de povos de várias nações.

Filipe Sousa, porta-voz do JPP, recordou ainda que “a única mesquita existente na Madeira foi inaugurada em 2009, em Santo Amaro, por Alberto João Jardim.

O JPP conclui defendendo-se de qualquer “campanha de ódio ou cruzadas ideológicas”, sublinhando que a Madeira precisa de trabalho, soluções e responsabilidade, e que “não aceitará lições de moral de quem usa a fé, o medo, a intolerância e a desumanização como instrumentos políticos”.