Secretário de Economia entende que a imigração tem de ser olhada com regras e com humanismo
O secretário regional de Economia, José Manuel Rodrigues, defendeu esta, segunda-feira, em Roma, que “os imigrantes devem ter, na nossa sociedade, os mesmos direitos e deveres dos nascidos na Região, no país e na Europa”.
O governante madeirense participou num fórum sobre a integração dos imigrantes, no âmbito do Encontro Internacional pela Paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio, segundo comunicado da Secretaria Regional de Economia.
Na ocasião, José Manuel Rodrigues, sublinhou que a política migratória “deve regular a imigração, acolher com humanismo e integrar com sensibilidade”.
“Temos de ter uma imigração regulada e combater, sem condescendência, os que lançam pessoas ao mar sem condições, condenando-as, muitas vezes, à morte, e os que as exploram nos nossos países”, afirmou.
O secretário destacou ainda que “as nossas economias já não conseguem funcionar sem o trabalho dos imigrantes”.
Face ao saldo natural negativo e às projecções demográficas da Região, o secretário considerou que a Região “vai precisar de mais pessoas para colmatar a falta de activos no mercado de trabalho” e frisou que “os imigrantes já dão um contributo significativo para o crescimento económico”, lembrando que “os seus descontos para a Segurança Social ultrapassaram os 3,6 mil milhões de euros, contribuindo para a sustentabilidade do sistema”.
José Manuel Rodrigues defendeu, ainda, a criação de novos programas de integração, que incluam o ensino da língua portuguesa, da história e cultura nacionais, bem como a promoção do conhecimento sobre instituições democráticas e autonómicas.
“Não se trata de impor a nossa cultura aos imigrantes, mas de garantir que respeitam a cultura da Região e do país que escolheram para viver e trabalhar. Nós respeitamos a sua cultura e a sua dignidade pessoal”, afirmou.
Para o secretário regional, “a integração é uma missão de quem chega e de quem recebe, já que precisamos uns dos outros”.
Recordando o carácter emigrante da Madeira, o governante reforçou que “uma terra de diáspora, como a Madeira, que tem grandes comunidades em todos os continentes, só pode ser uma terra de acolhimento para aqueles que, agora, a procuram para trabalhar e ganhar a sua vida”.
O Encontro Internacional pela Paz decorre em Roma e reúne representantes de diferentes religiões, culturas e países sob o lema da esperança e do diálogo como caminhos possíveis para a paz. Na cerimónia inaugural, o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, destacou “a perseverança e a paciência” como valores essenciais nos processos de paz, enquanto a Rainha Matilde da Bélgica sublinhou “o papel dos jovens como arquitectos do amanhã”.