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Não deixem morrer o “há”

Há uns anos que descobri o erro ortográfico mais democrático da língua portuguesa. Nem mais, o “há” do verbo haver. Nem falemos da utilização do plural no passado (o célebre “houveram”), que em comparação é um mero lapso. A conjugação no presente do indicativo, se referindo à passagem do tempo… o erro mais “esquerda” da nossa língua, o mais ateniense e grego, o cidadão português: desde o aluno da primária ao professor e intelectual mais convencido. O “há” que se refere à passagem do tempo está moribundo, ameaçado por um provável neologismo que lhe aplique o golpe de misericórdia final.

O “há” perdeu o “h”… “a três semanas que não vejo a Maria”, “a muito tempo que não vou lá”. Arrepia-me até os pelos subcutâneos pós-depilação as mensagens carregadas de “há” que recebo, que leio em comentários não só de redes sociais, mas nos próprios textos alvo dos comentários.

Não me venham com críticas e chorrilhos, ao menos, há muito tempo, sei que “há” acompanha o “h”, por isso em vez de comentários sobre presunção e água benta, ao menos usem “h”, funciona como contraceptivo de multiplicação do erro mais democrático da língua portuguesa. Usem o “h”, “pá”!!

Esperando que o “há” viva por muitos anos sem ameaça de neologismos que só servem para branquear erros reiteradamente repetidos, seguimos para outras demandas.

Há (viram, não doeu nada!) umas semanas tivemos eleições autárquicas. Na Ponta do Sol fomos em coligação, numa que mereceu o apoio de PSD e CDS e que desembocou numa vitória retumbante e no primeiro presidente de Junta de Freguesia de sempre, em coligação, pelo CDS. Foi uma negociação bem conseguida, com o apoio de ambas as partes envolvidas e que se traduziu na maior vitória eleitoral, das que se fala, para o CDS como partido individual. Ponta do Sol está mais brilhante e o CDS vivo e recomendado e os seus líderes concelhios com capital político pujante e incontestável.

Elegemos o Aníbal Garanito para a presidência da Junta de Freguesia da Ponta do Sol. Foi uma alegria incomensurável. O Aníbal é uma pessoa rara: bom pai, bom patrão, bom trabalhador, bom líder, bom amigo. Conheci-o em 2017 e passou a ser um elemento especial da minha própria família, todos pronunciam o seu nome com brilho nos olhos e orgulho no coração, afinal, não são todos que se podem gabar de ter um amigo assim! E, agora, a Ponta do Sol pode se gabar de ter um amigo assim!

Aníbal, não te esqueças das batatas e da fotografia junto à Capela de Nossa Senhora do Livramento! Tudo vale a pena, fizeste valer a pena. Obrigada, por tudo! Serás um exímio presidente!