A nossa vez
Votar é assumir o direito de escolher quem fica autorizado a decidir por nós
Se ainda não o fez, vá votar. Faça-o com gosto, com sentido cívico e com determinação democrática, consciente de que após dias de algazarra, de redundâncias e até de gritos dos candidatos - alguns aparentemente possuídos -, hoje é a sua vez de intervir, decidida e serenamente, no processo eleitoral.
Cada cidadão recenseado tem uma palavra a dizer nestas Autárquicas. Não é a única - porque a de todos conta mais -, mas votar, que é um dos nobres gestos democráticos, um direito conquistado e dever por vezes desperdiçado, é acima de tudo uma responsabilidade que não se delega. É votando que cada cidadão participa activamente no rumo da sua terra e contribui para o futuro da sua comunidade.
É votando que se transforma o quotidiano dos lugares onde vivemos, as ruas por onde passamos, os espaços públicos que partilhamos e os serviços que moldam a qualidade de vida de cada freguesia e concelho. É votando que damos rosto humano à política, dotando-a da capacidade de transformar decisões em obras, compromissos em acções e promessas em realidades concretas. É votando que não abdicamos do direito de escolher quem decide por nós e afirmamos solenemente que a democracia nos pertence a todos e que por tal não pode ser deixada nas mãos dos gestores da indiferença ou do comodismo. É votando que se renova a legitimidade dos eleitos e reforça a confiança entre governantes e governados. E é também uma demonstração de esperança num futuro melhor, construído com base na participação informada, no debate plural e no respeito pelas diferenças.
Na Madeira, o poder local merece respeito. Por ter uma notável história de dedicação e de proximidade e de ser longo das últimas décadas um dos pilares da afirmação da Autonomia regional, da modernização das infra-estruturas e da valorização das identidades locais. Por ser ponto de excelência do contacto entre o cidadão e a democracia, o espaço onde o Estado ganha expressão concreta e onde o diálogo com a população se torna mais directo e eficaz. Por enfrentar sem hesitações, primeiro que todos os outros poderes, o protesto e a queixa da cidadania indignada, mesmo que sem culpas nas eventuais negligências, nem meios para acudir a tanta exigência. Por ter sido o primeiro palco onde a alternância democrática se concretizou na Região.
Por isso, o voto de cada madeirense conta e muito. Enquanto acto de liberdade e de compromisso colectivo hoje vamos todos definir o caminho a seguir, o que representa uma responsabilidade acrescida perante as próximas gerações, desígnio que por si só nos deve levar a participar no exercício de fortalecimento do poder local enquanto alicerce da democracia portuguesa e um dos grandes patrimónios da autonomia madeirense.
Que ninguém falte a este encontro com a cidadania. O futuro será tanto melhor quanto maior for a dedicação de todos.
A democracia constrói-se todos os dias, mas renova-se nas urnas e hoje o poder está, literalmente, nas suas mãos. Use-o com consciência, com convicção e com sentido de futuro. Esta é a nossa vez.