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Trindade e Tobago diz ter autorização dos Estados Unidos para explorar campo de gás com Venezuela

Aquele país já tem um historial em explorações de gás do género. 
Aquele país já tem um historial em explorações de gás do género. , Foto Shutterstock

Trindade e Tobago anunciou hoje que os Estados Unidos o autorizaram a explorar um importante campo de gás com a Venezuela, país ao qual Washington impôs um embargo petrolífero.

Este embardo petrolífero foi imposto pelos EUA, após o destacamento de navios de guerra americanos nas Caraíbas para uma operação anti-drogas que visa a Venezuela.

No âmbito da crise com a Venezuela, a administração americana tinha revogado todas as licenças de exploração e pesquisa (exceções ao embargo e sanções) em abril e maio, incluindo a da americana Chevron na Venezuela.

A licença relativa ao campo de gás Dragon fazia parte dessas revogações. Mas, desde então, a Ofac concedeu no final de julho uma nova licença à Chevron para que a companhia petrolífera explore o seu campo na Venezuela.

"O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos concedeu a licença Ofac (agência dependente do Tesouro americano) solicitada pelo governo e pela National Gas Company para prosseguir a exploração do campo de gás Dragon", afirmou o Procurador-Geral de Trindade e Tobago, John Jeremie, durante uma conferência de imprensa hoje.

Em 2023, Trinidad e Tobago assinou um acordo com a Shell para a produção e exportação de gás do campo Dragon, estimado em 120 mil milhões de metros cúbicos.

O campo de gás Dragon está localizado nas águas venezuelanas, a nordeste da Venezuela, perto da fronteira marítima com Trinidad e Tobago e dos campos trinitários explorados pela Shell.

A autorização vai "permitir ao governo e à NGC conduzirem negociações com o governo da Venezuela e outras partes interessadas para avançar com o projeto Dragon Gas sem violar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos e pela legislação americana", precisou Jeremie.

Segundo o maior produtor de gás das Caraíbas, o arquipélago de Trinidad e Tobago, onde 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza e situado a cerca de dez quilómetros da Venezuela, enfrenta uma recessão económica e espera no futuro rendimentos provenientes da exploração do Dragon.

A Primeira-ministra, Kamla Persad-Bissessar, que apoiou o desdobramento de navios  americanos nas Caraibas e mostra-se veementemente contra o poder venezuelano, encontrou-se com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na semana passada.