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Neonazi britânico condenado a prisão perpétua por ataque a requerente de asilo

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Um "neonazi" britânico foi condenado a prisão perpétua por tentativa de homicídio, depois de ter esfaqueado um requerente de asilo no que o juiz descreveu como um ataque "terrorista".

Em abril de 2024, Callum Ulysses Parslow, de 32 anos, esfaqueou no peito e na mão Nahom Hagos, um requerente de asilo de 25 anos oriundo da África Oriental, num hotel em Worcestershire (centro de Inglaterra), pouco depois de ter comprado uma faca na Internet por 770 libras (cerca de 940 euros).

Parslow justificou o seu ato como uma "forma de protesto" contra o fenómeno das travessias ilegais do Canal da Mancha por imigrantes e negou as acusações que lhe eram imputadas. 

O agressor foi considerado culpado de tentativa de homicídio em outubro passado, após um julgamento de três semanas.

Ao proferir a sentença numa audiência no Tribunal Penal de Woolwich, no sul de Londres, o juiz Ian Dove disse que Callum Ulysses Parslow, que tatuou a assinatura de Adolf Hitler num braço, foi guiado pela sua "ideologia neonazi de extrema-direita".

"Cometeu um ataque violento e arbitrário contra um completo desconhecido, Nahom Hagos, que sofreu ferimentos devastadores. Foi, sem dúvida, um ataque terrorista", afirmou.

Durante o julgamento, o arguido afirmou que tinha atacado a vítima porque estava "zangado e frustrado" com as milhares de travessias do Canal da Mancha por imigrantes.

Antes de ser detido, tentou, sem sucesso, enviar uma mensagem na rede social X na qual afirmava que tinha "acabado de cumprir o seu dever para com a Inglaterra" ao tentar "exterminar" a vítima.

Na casa do suspeito, a polícia encontrou uma segunda faca, um machado, um taco de basebol de metal, uma braçadeira vermelha bordada com uma suástica e exemplares do livro escrito por Hitler "Mein Kampf".

Parslow foi também condenado por um crime sexual, não relacionado com a tentativa de homicídio, depois de ter enviado mensagens "ofensivas" a uma mulher.