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Não é virar a página, é mudar de livro!

O PS M deve surgir forte, determinado, unido, com projecto político distinto e clarificador

O próximo dia 26 de Maio poderá ser (mais) uma oportunidade para que os madeirenses tenham o privilégio de experimentar a alternância política. Vivemos em democracia há 50 anos, mas os madeirenses preferiram sempre apostar numa governação do PSD e nunca deram a oportunidade a nenhum outro partido para governar a Região. Em democracia, o povo é soberano e se é verdade que o PS M tem contribuído de forma decisiva para o amadurecimento da democracia, também é sensato afirmar que até hoje não foi capaz de convencer os madeirenses que tem o melhor projecto, os melhores protagonistas e está à altura dos desafios para dar a confiança necessária que permita constituir-se como verdadeira alternativa. É claro que houve tempos que as razões do défice democrático comprometeram os esforços e os socialistas desses tempos foram vítimas das maiores atrocidades em ambiente (supostamente) livre!

Mas, os tempos estão mudados, e nos últimos meses mais ainda. A supremacia do partido do poder está francamente colocada em causa por vários motivos, e nenhum deles da responsabilidade do PS: controvérsia interna, divisões profundas, casos de justiça, divergências com a estrutura nacional, mas também, divisões à direita, com o surgimento do partido Chega e Livre, que desviam votos, fragilizando ainda mais o PSD M.

Este caldo político favorece, como nunca aconteceu, o PS M. Qualquer um diria que o PS M poderia ganhar facilmente se ficasse quieto, à espera das eleições e com recato necessário para não cometer erros! Contudo, as últimas eleições legislativas nacionais, que ocorreram há poucas semanas, e que tiveram como cabeça de lista o líder do PS M, não mostraram nada disso. O PSD M não claudicou e manteve uma base sólida de votação, já o PS M, paradoxalmente, acabou com menos votação que tinha obtido nas, também recentes, eleições legislativas regionais.

Estamos a menos de 1 mês das novas eleições regionais e é importante que a esperança na alternância democrática se mantenha intacta e reforçada. É claro que para isso o PS M deve surgir forte, determinado, unido, com projecto político distinto e clarificador das dúvidas que têm impedido os eleitores de entregarem ao PS M a maioria eleitoral. Estou certo que esse é o pensamento da direcção do PS M. As escolhas dos protagonistas principais estão feitas. Foram assumidas publicamente pelo actual líder e são o produto da sua estratégia. Estamos já em contagem decrescente e, por isso, não há mais nada a dizer sobre o tema. Do meu lado, os votos são, sempre, os de compromisso com a alternância na Madeira e de disponibilidade para com os ideais do meu partido. Deixo apenas um singelo contributo, derradeiro e, talvez, infrutífero, mas sempre genuíno e construtivo. É preciso ser arrojado para mobilizar o partido. É preciso humildade para reconhecer que todos não são suficientes. É preciso engenho para quebrar divisões e construir pontes. É preciso arte para construir uma nova ideia de governação, com políticas que se distingam do passado mas, sobretudo, que correspondam aos anseios dos madeirenses. É preciso dedicação plena, como se nada pudesse substituir esta incontornável empreitada a favor do bem estar dos nossos conterrâneos. É preciso capacidade de dialogo, para fora e para dentro, sempre com a sensatez de um fazedor de compromissos. É preciso competência para a adaptação às circunstâncias e, sobretudo, saber reconhecer que não são os políticos que mudam o povo, mas o povo pode mudar os políticos!