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Novo balanço do atentado em Moscovo regista 40 mortos e 145 feridos

EPA/MAXIM SHIPENKOV
EPA/MAXIM SHIPENKOV

Pelo menos 40 mortos e 145 feridos é o novo balanço provisório do atentado terrorista hoje cometido numa sala de concertos de Moscovo, quando homens armados dispararam contra os espetadores, noticiou a AP.

Segundo várias agências noticiosas, o grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque sangrento numa declaração publicada em canais das redes sociais.

Estado islâmico reivindica ataque em Moscovo através da sua agência de propaganda

O Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque mortal em Moscovo, que causou hoje pelo menos 40 mrtos e 100 feridos, noticiaram as agências noticiosas AFP e a EFE.

De acordo com a AP, não ficou imediatamente esclarecido o que aconteceu aos atacantes após o ataque, que o Presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, descreveu como uma "enorme tragédia" e que as forças de segurança estão a investigar como "ato de terrorismo".

O ataque, que deixou a sala de espetáculos em chamas e com o teto a ruir, foi o mais mortífero dos últimos anos na Rússia e ocorreu num momento em que a guerra na Ucrânia se arrastava pelo terceiro ano. Ocorreu também poucos dias depois de o presidente russo Vladimir Putin ter sido reeleito para mais um mandato, numas eleições consideradas controversas.

O Kremlin revelou que Putin foi informado do ataque minutos depois de os assaltantes terem entrado na Crocus City Hall, uma grande sala de espetáculos na zona ocidental de Moscovo, com capacidade para 6.200 pessoas.

O ataque ocorreu quando a multidão se reunia para assistir a uma atuação da famosa banda de rock russa Picnic.

Segundo o Serviço Federal de Segurança da Rússia e o Ministério da Saúde, 40 pessoas morreram e pelo menos 145 ficaram feridas, mas algumas notícias russas sugerem que mais pessoas poderão ter ficado presas no incêndio que deflagrou depois de os assaltantes terem lançado explosivos.

O vídeo do exterior mostrava o edifício a arder, com uma enorme nuvem de fumo a subir pelo céu noturno. A rua foi iluminada pelas luzes azuis intermitentes de dezenas de carros dos bombeiros, ambulâncias e outros veículos de emergência, enquanto vários helicópteros dos bombeiros sobrevoavam o local para despejar água no incêndio ,que demorou horas a ser contido.

As notícias russas referem que os espetadores do concerto estavam a ser evacuados, mas que um número desconhecido de pessoas poderia ter ficado preso no incêndio. Segundo o Ministério Público russo, vários homens em uniforme de combate entraram na sala de espetáculos e dispararam contra os espetadores.

Os vídeos publicados nos meios de comunicação social russos e nos canais do Telegram mostram repetidas rajadas de tiros. Um deles mostra dois homens com espingardas a deslocarem-se pelo recinto. Outro mostrava um homem no interior do auditório a dizer que os assaltantes o tinham incendiado, enquanto os tiros soavam incessantemente em segundo plano.

Outros vídeos mostravam até quatro atacantes, armados com espingardas de assalto e com bonés, que disparavam à queima-roupa contra as pessoas que gritavam em pânico.

Os guardas da sala de espetáculos não estavam armados e alguns deles podem ter sido mortos no início do ataque, segundo a imprensa russa.

Algumas agências noticiosas russas sugeriram que os agressores fugiram antes da chegada das forças especiais e da polícia de choque. Segundo os relatos, as patrulhas policiais estavam à procura de vários veículos que os atacantes poderiam ter utilizado na fuga.

Numa declaração publicada pela sua agência de propaganda, o EI afirmou ter atacado uma grande concentração em Krasnogorsk, nos arredores de Moscovo, matando e ferindo centenas de pessoas. Não foi possível verificar imediatamente a autenticidade da declaração.

Não ficou claro por que razão o grupo EI, que opera principalmente na Síria e no Iraque, mas também no Afeganistão e em África, organizaria um ataque na Rússia nesta altura. Ao longo dos anos, o EI recrutou combatentes da antiga União Soviética que lutaram pelo grupo na Síria e no Iraque.