O presépio do Curral das Freiras tem mais de 20 anos?
Só este ano mais de 21 mil pessoas já visitaram este presépio

O presépio do Curral das Freiras, um dos maiores e mais famosos da Região, continua a arrastar milhares de pessoas a esta freguesia de Câmara de Lobos.
Desde início o presépio foi concebido para ser mais do que uma simples representação do nascimento de Jesus e todos os anos a organização tem inovado e caprichado nas ornamentações.
Só este ano mais de 21 mil pessoas já visitaram este presépio, que conta com muitas novidades como “a venda do leite no palheiro, um funeral à moda antiga ou os tormentos de lã”.
No último domingo, algumas pessoas afirmavam que o mega-presépio do Curral das Freiras já tinha mais de 20 anos. Outras garantiam que “não chegava a tanto”.
Será que este presépio foi erguido pela primeira vez há mais de duas décadas?
A primeira edição do presépio surgiu há 21 anos e, tal como agora, foi organizado pela Associação ‘O Refúgio da Freira’.
Anacleto Camacho, responsável pela associação ‘O Refúgio da Freira’, contou ao DIÁRIO que tudo começou em 2003, com um presépio que não tinha mais do que 20 m2. Agora, mostra-se satisfeito com a evolução ao receber já 21.350 visitantes este ano.
“No Curral das Freiras, como em outras partes da ilha, havia a tradição de visitar os presépios dos vizinhos nesta quadra natalícia. Como somos uma associação cultural que tem por objectivo divulgar os costumes e tradições surgiu a ideia de fazer um presépio dentro da associação para convidarmos os sócios e também os vizinhos. Os vizinhos foram trazendo amigos e quando demos por nós já havia visitantes de fora da freguesia. Foi então que surgiu a necessidade de fazer algo com uma maior dimensão que resultou muito bem”, explicou o responsável.
Anacleto Camacho referiu ainda que no início o presépio era feito com figuras de barro e alguns troncos. Depois da elevada adesão, a associação adquiriu mais 120 bonecos para ornamentar o presépio, que tem agora uma área de 480 m2 e uma barraca com comes e bebes onde os madeirenses e turistas podem encontrar canja, doçaria, licores e sopas tradicionais.
Este ano, o presépio demorou um mês e meio a ser montado e foi feito por oito pessoas.
O responsável explica que, com a ajuda dos visitantes, a associação inovou ao nível da segurança, dos equipamentos, dos bonecos, trajes e da iluminação.
Apesar de haver alguns cenários repetidos, “porque há pessoas que nunca visitaram o local”, há várias novidades como é o caso de um miradouro com uma zona mais profunda que ilustra as montanhas e a igreja e retrata o Dia 12 de Maio na freguesia onde há uma procissão em honra da Nossa Senhora de Fátima e as casas típicas estão todas iluminadas no exterior.
“Há também um funeral à moda antiga, a venda do leite à beira do palheiro e os tomentos de lã e do vime. Para quase 500 m2 de presépio temos de nos reinventar”, admitiu Anacleto Camacho, deixando a promessa de manter a tradição.