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Principal passagem de carga para Gaza reabre no domingo após descoberta de explosivos

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Israel vai reabrir a principal passagem comercial para Gaza no doming depois de as autoridades israelitas a terem fechado no início desta semana, alegando que encontraram explosivos a sair do território palestiniano.

A passagem Kerem Shalom foi encerrada na segunda-feira quando as autoridades israelitas afirmaram que os explosivos, escondidos num carregamento de roupas, tinham como destino à Cisjordânia ocupada -- um dos principais mercados para o minúsculo setor de exportação de Gaza -- e temiam que chegassem a militantes palestinianos que lutam contra o Estado judaico.

Após uma investigação e "ajustes necessários", a passagem foi considerada segura para reabrir, disse Israel, sem dar mais detalhes sobre os explosivos encontrados.

Pescadores, empresários e defensores dos direitos humanos palestinianos disseram que o encerramento marcou uma forma de punição coletiva contra os dois milhões de habitantes de Gaza, incluindo dezenas de milhares de trabalhadores que dependem fortemente das exportações para Israel e para a Cisjordânia para manterem a sua subsistência.

Quase todas as mercadorias que entram e saem de Gaza passam por Kerem Shalom.

Os desafios enfrentados pelos pescadores de Gaza durante o encerramento foram particularmente graves. O seu 'stock' excedentário ficou perdido antes de poder chegar aos mercados em Israel.

O principal sindicato de pescadores de Gaza relatou prejuízos de 300 mil dólares (279 mil euros ao câmbio atual). O peixe representou 6% de todas as exportações de Gaza em julho.

A reabertura da passagem promete um alívio para pescadores como Khalid al-Laham, um pai de cinco filhos, de 35 anos, que vive na cidade de Khan Younis, no sul do país. Al-Laham foi forçado a pedir comida emprestada em lojas para alimentar a sua família durante o encerramento.

"As condições financeiras e de vida certamente melhorarão", disse al-Laham, citado pela Associated Press. "Serei capaz de alimentar minha família e viver uma vida decente."

Embora a reabertura prometa aliviar os produtores, mas a economia de Gaza continua prejudicada por um bloqueio duplo egípcio-israelita em vigor desde que os radicais islâmicos do Hamas assumiam o controlo do território em 2007.

O fecho da fronteira atingiu a economia local ao bloquear o acesso aos mercados externos e limitar movimento do território.