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Bascos e catalães dizem que nada está fechado e podem repetir-se eleições

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Dirigentes do Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em espanhola) e da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) disseram hoje que nada está fechado nas negociações para viabilizar um novo governo do socialista Pedro Sánchez em Espanha.

"Não descarto em absoluto novas eleições", tudo está "muito aberto" e "pode acontecer qualquer coisa", disse o deputado Aitor Esteban, do PNV, a jornalistas em Madrid.

Também Oriol Junqueras, o líder da ERC, disse a jornalistas, em Madrid, onde se reuniu com os deputados do partido, que "nada está fechado" e as partes estão "longe de um acordo".

As declarações de Esteban e Junqueras surgem depois de hoje de manhã o líder do Partido Socialista espanhol (PSOE) e primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, ter dito que Espanha voltará a ter um governo de esquerda "dentro de pouco tempo", saído das eleições de 23 de julho.

Sánchez negoceia a viabilização de um novo Governo liderado pelo PSOE com partidos nacionalistas e independentistas, que lhe exigem uma amnistia para os envolvidos na declaração unilateral de independência da Catalunha de 2017.

Os partidos catalães representados no parlamento espanhol (a ERC e o Juntos pela Catalunha, do antigo presidente regional Carles Puigdemont) querem ainda que Sánchez "se comprometa a trabalhar para tornar efetivas as condições" para haver um referendo sobre a autodeterminação da região.

Os dois partidos assumiram hoje esta posição comum em relação às negociações para um referendo numa proposta de resolução conjunta que entregaram no parlamento autonómico.

No texto, ERC e JxCat pedem ao parlamento regional que se pronuncie "a favor de que as forças políticas catalãs com representação nas Cortes espanholas não deem o seu apoio a uma investidura de um futuro Governo espanhol que não se comprometa a trabalhar para tornar efetivas as condições" para haver um referendo.

Pedro Sánchez, que até às eleições de 23 de julho rejeitou a possibilidade de uma amnistia, não se pronunciou até agora sobre as exigências dos independentistas catalães.

O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei Felipe VI indicou Alberto Núñez Feijóo, o líder dos populares, como candidato a primeiro-ministro, mas a investidura foi rejeitada pelos deputados na quarta-feira, numa primeira votação que deverá ser confirmada em definitivo na sexta.

Felipe VI deverá indicar a seguir um novo candidato a primeiro-ministro e Pedro Sánchez, o segundo mais votado nas eleições, já disse estar disponível e ter condições para reunir os apoios necessários no parlamento para ser reconduzido no cargo.

Sánchez diz que já demonstrou isso mesmo em 17 de agosto, quando os socialistas conseguiram ficar com a presidência do parlamento graças ao apoio dos partidos de esquerda e das forças nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco.