A Guerra Mundo

Papa critica "guerra cruel" e lamenta desaparecimento de crianças no conflito

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O Papa Francisco voltou hoje a criticar a "guerra cruel" na Ucrânia durante a audiência geral semanal no Vaticano, lamentando ainda que muitas crianças tenham desaparecido devido ao conflito.

"Irmãos e irmãs, rezemos pelos nossos irmãos e irmãs ucranianos, que sofrem tanto. A guerra é cruel! Tantas crianças desaparecidas, tantas pessoas mortas. Vamos, por favor, rezar", declarou o Papa.

"Não esqueçamos a martirizada Ucrânia", sublinhou Francisco, mencionando na mesma ocasião o Dia da Independência da Ucrânia, que será assinalado na quinta-feira, dia 24 de agosto.

Trata-se do principal feriado na Ucrânia e assinala a declaração de independência do país em 1991.

Desde que a Rússia lançou a sua invasão na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, muitas crianças ucranianas foram enviadas para a Rússia.

Em março passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de captura visando o Presidente russo, Vladimir Putin, por responsabilidade na deportação forçada de crianças ucranianas para território russo, o que constitui um crime de guerra. A comissária presidencial para os Direitos da Criança na Rússia, Maria Lvova-Belova, também é alvo de um mandado similar.

A Rússia anunciou na quinta-feira passada a imposição de sanções ao procurador do TPI, o britânico Karim Khan, que emitiu o mandado de captura contra Putin.

Representantes da ONU e Ucrânia assinaram na sexta-feira um plano conjunto para "prevenir e impedir as graves violações dos direitos das crianças" que a Rússia está a cometer no país.

O plano foi assinado pela comissária presidencial para os Direitos da Criança e Reabilitação Infantil, Daria Herasymchuk, pela coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Denise Brown, e pelo representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no país, Murat Shahin, informou então a Presidência ucraniana.

O acordo vai ajudar a aplicar o plano desenvolvido por Zelensky, designado Bring Kids Back UA, que consiste em coordenar esforços de autoridades ucranianas, governos estrangeiros e organizações internacionais para devolver às famílias as crianças ucranianas sequestradas pelas tropas russas.

Na ocasião, o chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, disse que "libertação de todos os prisioneiros e deportados é um ponto importante da Fórmula da Paz".

"Milhares dos nossos, incluindo mais de 19 mil crianças, estão no cativeiro russo. A Ucrânia está agradecida a todos as pessoas do mundo que ajudam os ucranianos a regressar a casa. Temos de os libertar todos, o que vamos conseguir juntos", referiu então Yermak.

Em meados deste mês, a organização não-governamental (ONG) austríaca Aldeias de Crianças SOS, que está envolvida no repatriamento de menores ucranianos, avançou que um total de 385 crianças ucranianas que foram enviadas para a Rússia foram já repatriadas e estão com as respetivas famílias.