Fact Check Madeira

A Madeira está no pior ranking do desemprego?

André Ventura, que está de visita à Região até sexta-feira, acusa Miguel Albuquerque de "desvalorizar permanentemente" a questão

None
Foto Global Imagens

Entre o Papa e a Madeira, o líder nacional do Chega escolheu ‘voar’ até à Região, onde irá participar em acções de proximidade da estrutura regional do partido, que passarão também pelo Porto Santo, no âmbito da pré-campanha para as eleições legislativas regionais.

Não só em termos de desemprego, como de risco de pobreza, a Madeira está no pior ranking André Ventura, presidente do Chega

Ontem, em declarações aos jornalistas, André Ventura manifestou a sua preocupação com as questões do desemprego e taxa de risco de pobreza, sublinhando que “os dados são reais e os dados não mentem”, ao contrário do que afirma o presidente do Governo Regional.

Ora, de acordo com os dados tornados públicos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em 20 de Julho último, a afirmação de André Ventura é falsa.

Conforme noticiou o DIÁRIO, na altura, no final do mês de Junho de 2023, estavam inscritos no Instituto de Emprego da Madeira (IEM) 7.963 desempregados. Ou seja, menos 2.941 desempregados face ao mesmo mês de 2022, o que se traduziu numa descida de 27%.

Madeira volta a ser a região do país com "a maior queda do desemprego"

Em Junho deste ano, a Madeira registou menos 2.941 pessoas inscritas no Instituto de Emprego da Madeira face ao mesmo mês de 2022, uma descida de 27%. De acordo com os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Madeira foi "a região do país com a maior queda do desemprego". Falamos de um total de 7.963 desempregados nesse mês.

"Este é o valor mais baixo registado desde 2009 e assinala uma trajectória consolidada nos indicadores referentes à Madeira", indicou a Secretaria Regional de Inclusão Social e Cidadania.

Ainda de acordo com a mesma fonte, "o total de desempregados registados no Instituto de Emprego da Madeira, no fim do mês de Junho, foi inferior ao verificado ao mês anterior (-535; -6,3%), registando a Madeira a segunda maior descida do país".

No que respeita à taxa de risco de pobreza ou exclusão social, a situação não é assim tão linear.

Os dados da Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), actualizados no passado 15 de Junho, dão conta que “em 2022, na RAM, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social (rendimentos de 2021) foi de 30,2%, reflectindo um aumento de 1.3 p.p. face a 2021, mas revelando-se inferior ao período 2018-2020”.

Pese embora bastante acima da média nacional – que foi de 20,1% – a Madeira ficava atrás dos Açores no que ao ‘ranking dos piores’ diz respeito.

“A Região Autónoma dos Açores registou o valor mais alto (30,3%), enquanto a A.M. Lisboa tinha a taxa mais baixa (14,5%)”, precisa a DREM.

Refira-se que os dados provisórios, divulgados em Janeiro deste ano, colocavam as regiões autónomas dos Açores e da Madeira em pé de igualdade, ambas com uma taxa de pobreza de 29,6%.

Olhando para 2021, a taxa de risco de pobreza na RAM, calculada com a linha de pobreza nacional (16,4%), fixou-se em 25,9%, maias 1,7 pontos percentuais do que em 2020 e o valor mais alto do país.

Madeira com 26% é a região portuguesa com maior risco de pobreza

Continua a ser mais elevado nas regiões autónomas, com Açores a ter o maior aumento entre 2020 e 2021

O presidente da direcção nacional do Chega afirmou, ontem, durante uma arruada no Funchal, que a Madeira encontra-se no “pior ranking” em termos de desemprego e de risco de pobreza