Madeira

Apenas 39% dos gestores madeirenses apostam no incentivo à autonomia dos trabalhadores

Ao contrário do país, onde 45,5% dos gestores adoptam essa prática, segundo conclusões do 'Inquérito às Práticas de Gestão 2022', divulgado hoje pelo INE

Foto Shutterstock
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Os gestores das 749 empresas da Madeira que responderam ao Inquérito às Práticas de Gestão (IPG) em 2022, desenvolvido e divulgado hoje pelo INE, revelam que quase 39% optam por incentivar a autonomia dos trabalhadores, destacando-se esta "como principal prática de gestão de recursos humanos" nas empresas portuguesas, onde pelo contrário 45,5% têm essa prática.

Segundo o estudo divulgado esta quinta-feira, "62,6% das sociedades respondentes ao inquérito às práticas de gestão estavam integradas em grupos económicos e 51,3% tinham 20 ou mais anos de idade" em Portugal. "As mulheres representavam quase 38% das pessoas ao serviço com funções de gestão e 29,0% das pessoas ao serviço com funções de gestão de topo. Mais de metade das sociedades eram detidas pelos fundadores ou por familiares dos fundadores".

No caso da Madeira, as sociedades respondentes ao IPG tinham 20 ou mais anos de idade (43,6%), não pertenciam a um grupo económico (62,0%) e eram micro, pequenas e médias empresas (97,0%), sendo que do total de pessoas ao serviço nas sociedades respondentes, 36,6% eram do sexo feminino.

O INE refere que "em 62,6% das sociedades, o gestor de topo possuía grau de licenciatura ou superior, proporção que atingiu 81,9% nas sociedades de grande dimensão e 38,9% nas de dimensão micro. O gestor de topo exercia a função em exclusividade, em mais de 73% das sociedades. Para mais de 60% das sociedades, o que melhor descrevia o gestor de topo era a Tomada de decisões e o Assumir de responsabilidades. Em 54,7% das sociedades, o gestor de topo assumiu um estilo de liderança democrático e centrado na equipa".

Já no caso regional, a maioria das sociedades (51,4%) era detida pelos seus fundadores ou por membros das suas famílias e em 49,1% das sociedades os gestores de topo tinham grau académico de licenciatura ou superior.

Acresce que o gestor de topo exercia a função em exclusividade em 71,4% das sociedades na Madeira, mas o que efectivamente se destaca são as três características que melhor descreviam o gestor de topo em funções em 2022. E foram: 'Assumir as responsabilidades' (mencionada por 70,0% das sociedades), 'Tomar decisões' (66,6%), e 'Liderar pelo exemplo' (44,5%). Contrariamente, as características menos referidas foram 'Oferecer feedback' (7,5%), 'Pedir ajuda se necessário' (15,4%) e 'Saber reconhecer os méritos' (15,5%).

"O incentivo à autonomia dos trabalhadores foi a principal prática de gestão de recursos humanos, mencionada por 45,5% das sociedades", aponta o INE. "Cerca de 97% das sociedades referiram ter objetivos definidos e 48,2% indicaram ter atribuído prémios de desempenho às pessoas ao serviço pelo cumprimento dos mesmos", enquanto que na Região Autónoma, mais de 58% das sociedades, o calendário dos objetivos estabelecidos para o principal bem e/ou serviço resultou de uma combinação de curto e longo prazo (58,2% nas jovens e 59,6% nas seniores).

"Em menos de 40% das sociedades não houve lugar a qualquer promoção das pessoas ao serviço", conclui o INE no resumo, enquanto que no mesmo indicador, sobre as práticas de gestão nas empresas madeirenses inquiridas menos de um terço (31,4%) das sociedades referiu ter atribuído prémios de desempenho às pessoas ao serviço pelo cumprimento dos objetivos definidos para a empresa e em 33,1% das sociedades, as promoções das pessoas ao serviço com funções de gestão foram baseadas apenas no desempenho e nas capacidades, sendo que no caso dos sem funções de gestão que foram promovidos em 2022, essa percentagem foi de 36,0%.

Refira-se que para a constituição da base de amostragem foram consideradas as sociedades não financeiras ativas em 2016, sendo de salientar que no estudo do INE, que engloba as 749 empresas madeirenses, foram obtidas 3.254 respostas válidas. Ou seja, o peso das empresas da Madeira neste estudo aproximou-se de um em cada quarto, ou seja 23%.