A Guerra Mundo

Ministro da Defesa russo define Coreia do Norte como parceiro importante

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Foto Getty Images

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, descreveu hoje a Coreia do Norte como um "parceiro importante" para a Rússia durante uma reunião em Pyongyang com o seu homólogo norte-coreano, Kang Sun Nam.

"A RPDC [República Popular Democrática da Coreia] é um parceiro importante para a Rússia, com a qual estamos ligados por uma fronteira comum e uma rica história de cooperação", afirmou Shoigu, citado num comunicado do Ministério da Defesa.

O ministro russo afirmou ainda que pretende "reforçar a cooperação militar" entre os dois países, segundo a agência francesa AFP.

Shoigu chefia a delegação russa às cerimónias do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-1953), que levou à divisão da península do norte da Ásia Oriental em dois países.

No conflito, ocorrido no contexto da Guerra Fria, a Rússia e a China estiveram do lado da Coreia do Norte contra as forças da Coreia do Sul, que tiveram o apoio de uma força internacional da ONU liderada pelos Estados Unidos.

As duas Coreias assinaram um cessar-fogo em 27 de julho de 1953, mas nunca um tratado de paz, pelo que tecnicamente continuam em guerra.

A Rússia e a China mantêm laços próximos com Pyongyang e têm usado o poder de veto como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para impedir a condenação do regime norte-coreano, nomeadamente pelos testes de mísseis.

Pequim enviou às comemorações uma delegação liderada por Li Hongzhong, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular e membro do 'politburo' do Partido Comunista Chinês.

O ponto alto das comemorações, um desfile militar, poderá arrancar hoje à noite e prolongar-se pela madrugada de quinta-feira em Pyongyang (mais oito horas em relação a Lisboa), segundo a agência espanhola EFE.

O regime de Kim Jong-un deverá exibir mísseis mais sofisticados e até novos meios do programa de modernização de armamento que aprovou em 2021, ainda de acordo com a EFE.

O aniversário surge num momento de renovadas tensões na península, marcado por testes de mísseis norte-coreanos: quatro no último mês, incluindo o lançamento do seu mais sofisticado míssil balístico intercontinental.

As tensões também aumentaram com o destacamento temporário de submarinos norte-americanos para a Coreia do Sul, incluindo um capaz de lançar ataques nucleares.

O desfile contará com a presença de delegações estrangeiras pela primeira vez desde 2018, e também desde que a Coreia do Norte adotou uma política fronteiriça rigorosa após o início da pandemia de covid-19 em 2020.

Kim Jong-un, cerca de 40 anos, sucedeu ao pai, Kim Jong-il, como líder supremo da Coreia do Norte em 2012.

Kim Jong-il liderou o país de 1994 até morrer, em dezembro de 2011, depois de também ter sucedido ao pai, Kim Il-sung, o fundador da República Popular Democrática da Coreia.

Kim Il-sung esteve no poder entre 1948 e 1994, quando morreu.