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Biden saúda relação "indestrutível" com Israel apesar das tensões com Netanyahu

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Foto AFP

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu hoje o seu homólogo israelita Isaac Herzog em Washington, saudando uma relação "indestrutível" com Israel, apesar das tensões com o governo de Benjamin Netanyahu e a sua reforma judicial.

O Presidente israelita, que desempenha um papel essencialmente cerimonial, foi recebido na Sala Oval da Casa Branca, tendo afirmado aos jornalistas que tinha vindo com "gratidão e agradecimento de todos os lados do espetro político", enquanto o Presidente americano classificou alguns membros do governo israelita como "extremistas".

Biden referiu-se ao "debate animado" que se vive atualmente no país, numa alusão à controversa reforma judicial, mas salientou: "Permitam-me que reitere, claramente, muito claramente, que a democracia israelita é saudável, forte e resistente".

Herzog, que já tinha sido recebido pelo Presidente americano em outubro de 2022, encontra-se numa visita de dois dias a Washington e deverá dirigir-se a uma sessão plenária das duas Câmaras do Congresso na quarta-feira.

A visita é uma oportunidade para Washington sublinhar o seu apoio "inabalável" ao aliado israelita, mas a sombra do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu paira sobre a viagem, já que as relações entre os Estados Unidos e Israel deterioraram-se desde que regressou ao poder em dezembro, devido a uma aliança com os partidos ultra-ortodoxos e de extrema-direita.

Biden criticou, em particular, o controverso projeto de reforma judicial do governo de Netanyahu, um dos mais à direita da história do país, que provocou manifestações maciças no país durante vários meses.

A administração Biden criticou igualmente a continuação da colonização dos territórios palestinianos ocupados, num contexto de aumento da violência na região desde o início do ano.

Alguns democratas eleitos planeiam boicotar o discurso do Presidente israelita no Congresso na quarta-feira, como forma de protesto.

Num gesto de apaziguamento, o Presidente americano concordou na segunda-feira em receber o primeiro-ministro israelita nos Estados Unidos até ao final do ano, mas a Casa Branca recusou-se a dizer quando e onde seria recebido.