Mundo

Jovens vão redescobrir a fé e a força para transformar a vida eclesiástica na Venezuela

O arcebispo de Caracas, cardeal Baltazar Porras
O arcebispo de Caracas, cardeal Baltazar Porras, Foto Getty Images

O arcebispo de Caracas acredita que os jovens venezuelanos que vão participar na Jornada Mundial da Juventude, em Portugal, vão redescobrir o sentido da fé e a força para transformar a vida eclesiástica na Venezuela e impulsionar uma pastoral renovada.

"É um momento muito especial e estou muito contente com este grupo de jovens (...) para que sejam o sangue jovem que precisamos para promover, não só a pastoral juvenil, mas também a vida eclesiástica na Venezuela", disse o cardeal Baltazar Porras.

O cardeal falava à agência Lusa na Ermida de Nossa Senhora de Coromoto e Fátima, sede da Missão Católica Portuguesa de Caracas, à margem de um encontro e uma missa para um grupo de 39 jovens, entre eles vários luso-venezuelanos, que na próxima semana viajarão a Portugal para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

A jornada, disse, "tem esse sentido de transformação" de propiciar uma experiência de abertura, de compartilhar com jovens de tantas partes do mundo e conhecer as suas experiências.

"E, sobretudo, a experiência prévia que vão ter em diferentes comunidades portuguesas, onde poderão descobrir o sentido da sua fé. E tenho quase a certeza de que, onde quer que vão, encontrarão pessoas que estiveram ou têm estado na Venezuela e que a guardam no seu coração", disse.

Baltazar Porras sublinhou ainda que "não se trata de uma excursão, de um grupo de jovens que vai a qualquer parte do mundo para se divertir".

"É o sentido de missionário, de fraternidade, de crescimento. E que bonito que este grupo de venezuelanos vá este ano a Lisboa, perto da Virgem Fátima, para partilhar com jovens de todo o mundo, com esta mensagem que o Papa Francisco lhes estará a dar, tendo, em primeiro lugar, esta experiência anterior ao encontro com o Papa, em vários lugares de Portugal, de compartilhar com a sua gente", frisou.

"Sabendo que somos missionários, temos de sair de nós próprios [...] e isso vincula-nos muito mais não só ao grupo de venezuelanos que vai, mas também a essa relação existente com a grande comunidade portuguesa que existe entre nós [na Venezuela]", sublinhou ainda.

"Essa experiência servirá para trazer novos brios, para dar ao país aquilo que precisa numa pastoral renovada, esperançosa, que tenha em conta uma realidade que é lacerante, de uma realidade em crise, mas que não é para chorar, mas para procurarmos com o sentido profundo que nos dá a fé, ser transformadores da realidade em que vivemos", frisou.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.

O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.