Não sei se foi António Costa ou um seu correligionário. Na efusividade da chegada, quiçá inebriados pela aterragem, provando os custos da insularidade logo ali e, talvez por isso, terão proferido afirmação surpreendente que anunciava ser o PS o partido das “contas certas”.

Nos governos de Mário Soares aconteceram 2 resgates do FMI, em 1977 e 1983. Mais tarde, com António Guterres, ficou famoso o pântano, com demissões dos ministros das finanças e da saúde, esta também por razões financeiras, o que levou o então líder do executivo a demitir-se. Depois coube a José Sócrates chamar a troika, através de quem tutelava a área financeira e tendo a concordância de políticos e empresários para salvar o país da bancarrota. Com atenuantes ou não, os protagonistas principais foram sempre do PS.

Mas, como se não bastassem essas constatações de facto, que são históricas, há as contas que o Estado tem para fazer com a Região. Que, em jeito de rol de mercearia, com o deve e o haver do cliente, rezariam em mais do que uma página os incumprimentos do devedor sito na antiga capital do império. Sem que mostre vontade para solucionar os calotes “em vigor”.

Se a tentativa petulante se referia à nossa dívida, como se a conjuntura e as circunstâncias fossem coisas de somenos, então “foi chão que já deu uvas”, pois é inferior à do país e à média da União Europeia.

Tendo sido outro protagonista não é tão relevante, mas se foi o líder do PS, que terá querido dizer o político, suficientemente astuto e experiente, para ousar bater a bola para tão longe do campo? Contas certas? Só se eram as contas dos votos. Por cá, desde há muito, são fáceis de fazer. E batem continuamente certo. Não, não deve ter sido ele.