Madeira

Especialista diz que trabalhadores procuram bom salário mas também equilíbrio com vida familiar

Foto Miguel Espada/Aspress
Foto Miguel Espada/Aspress

O nível salarial continua a ser a condição “número um” dos trabalhadores na hora de escolher as propostas de emprego, mas que hoje há outras variáveis que entram nessa decisão, a principal das quais é a possibilidade de equilíbrio entre a vida profissional e vida familiar. A opinião é de Sara Gonçalves, representante regional da empresa de recursos humanos Randstad, que participa no Fórum de Emprego que é organizado esta manhã pela Câmara Municipal do Funchal.

“O salário é o número 1. Mas há outras variáveis que podemos oferecer aos colaboradores, como o equilíbrio de vida familiar e profissional, ter uma vida mais equilibrada. Há empresas que têm ioga e ‘mindfullness’. As empresas são cada vez mais exigentes e temos de compensar os colaborados pela outra via, compensá-los emocionalmente. É bom trabalhar mas não podemos apenas viver do trabalho”, disse Sara Gonçalves, que recomendou às empresas que permitam que os seus colaboradores continuem a trabalhar a partir de casa, tal como aconteceu no período da pandemia.

A representante da Randstad explicou que o facto da taxa de desemprego na Madeira estar baixa constitui um desafio para as empresas conseguirem os colaboradores de que necessitam e comparou este quadro com a ilustração 'Onde está o Wally?'. Uma das soluções, segundo Sara Gonçalves, é apostar na formação dos colaboradores das empresas, adaptando-os a outras funções, com técnicas conhecidas como 'reskilling' e 'upskilling'. "As empresas não se podem coibir de formar as pessoas para as áreas que mais precisam", sublinhou a especialista, que lembrou que "nunca houve tanta vontade de mudar de emprego" por parte dos trabalhadores.

Por outro lado, Sara Gonçalves alertou os trabalhadores para a necessidade de se adaptarem à evolução do mercado de emprego: "Uma coisa que me choca muito é que as pessoas procuram trabalhos administrativos que estão a desaparecer", quando o que está a crescer são as ofertas de empregos nas áreas das tecnologias.