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Cerca de 40 migrantes desaparecidos em naufrágio junto a Lampedusa

Embarcação com migrantes, ao largo de Lampedusa, a 6 de Maio de 2023.
Embarcação com migrantes, ao largo de Lampedusa, a 6 de Maio de 2023.
, Foto EPA/Concetta Rizzo

Uma embarcação com migrantes naufragou junto à ilha italiana de Lampedusa, na quinta-feira, deixando cerca de 40 pessoas desaparecidas, segundo a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados em Itália, Chiara Cardoletti.

Entre os desaparecidos está um recém-nascido, pelo menos, escreveu num tweet, cujo conteúdo confirmou à AFP por telefone.

A embarcação de ferro, que partiu de Sfax, na Tunísia, transportava 46 migrantes provenientes da África subsaariana (Costa do Marfim, Burkina Faso e Camarões), informou o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OMI), Flavio Di Giacomo.

Face às más condições climáticas, de forte vento e ondulação, a embarcação virou.

"Alguns sobreviventes foram levados para Lampedusa e outros trazidos de volta para a Tunísia, ainda segundo Flavio Di Giacomo. "Entre os desaparecidos estão sete mulheres e um menor. Os sobreviventes são todos homens adultos", acrescentou, precisando que, desde novembro, se tem notado mais chegadas de migrantes da África subsaariana do que de tunisianos, pela rota da Tunísia, mais segura do que a da Líbia porque é mais curta.

Um fenómeno que se deve, frisou, "à forte discriminação que os migrantes da África subsaariana sofrem na Tunísia, "de onde fogem".

"É inaceitável continuar a contar os mortos às portas da Europa", denunciou Chiara Cardoletti, referindo-se aos naufrágios de barcos de migrantes que já ocorreram em Itália, Grécia e Espanha.

A porta-voz sublinhou ainda a fragilidade dos barcos de ferro, mal soldados, que chegam da Tunísia e afundam ao primeiro dano.

"Portanto, não temos conhecimento de alguns naufrágios", lamentou, apelando a "patrulhas de navios europeus para vigiar a rota da Tunísia, bem como a rota da Líbia, sob pena de se assistir a um desastre este verão".

Uma opinião compartilhada pela porta-voz do ACNUR na Itália: "Um mecanismo de resgate no mar coordenado e compartilhado entre os Estados agora também é uma questão de consciência", disse.

Localizada a cerca de 145 quilómetros da costa da Tunísia, Lampedusa é um dos principais pontos de entrada de migrantes que cruzam o Mediterrâneo.

No ano passado, mais de 46.000 pessoas desembarcaram em Lampedusa, de um total de 105 mil chegadas a Itália, segundo o ACNUR.