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Partido Socialista: centralista, conservador e corporativo

O Partido Socialista muito gosta de se apoderar do 25 de Abril, procurando relegar para segundo plano a importância de todos os partidos moderados na consolidação da democracia portuguesa. O mesmo 25 de Abril que derrubou o regime autoritário e ditatorial, primeiro, de Salazar, e, depois, de Marcello Caetano.

Curiosamente, e de forma paradoxal, é também o Partido Socialista a organização política do país mais centralista, conservadora e corporativa, a par do Partido Comunista, com assento na Assembleia da República. Centralismo, conservadorismo e corporativismo que eram caraterísticas muito vincadas do Estado Novo.

O Partido Socialista, com as suas sucessivas representações no parlamento português, tem vedado as grandes reformas estruturais de que o país precisa. O seu imobilismo é a manifestação inequívoca de que para os dirigentes do Largo do Rato não interessa mudar o País que herdaram dos anos 70. A grande preocupação consiste em manter sem sobressaltos o regime existente. Temos uma Constituição que em quase 50 anos poucas alterações sofreu. Temos uma estrutura económica pouco pujante e uma classe média que em muitos países da Europa de “média” não teria nada.

Reformas que só um partido inconformado, de matriz reformista, como o Partido Social Democrata, poderá levar a cabo. Foi Partido Social Democrata que ao longo da história em democracia contribui para a execução das transformações estruturais que o País necessitava. Desde a alteração do modelo económico socializante – revisões constitucionais de 1982 e 1989 – às políticas de ajustamento financeiro do período da troika – Governos de Pedro Passos Coelho -, passando pelo “Portugal Europeu” de Cavaco Silva.

Reformista e também autonomista. O Partido Social Democrata foi o expoente máximo da Autonomia política e administrativa da Madeira. Uma autonomia que nos permitiu crescer e desenvolver. Que nos permitiu atingir uma qualidade de vida dentro da média europeia.

Ter um governo e um parlamento próprios foi essencial para a Madeira sair do deprimente isolacionismo a que Lisboa a condenou. A proximidade com as pessoas, o conhecimento real dos problemas, a capacidade de captar verbas da Europa e de executar um programa regional de desenvolvimento nunca teriam sido possíveis com a estrutura centralista do Partido Socialista.

Se a Madeira dependesse do Estado Central, e do Governo da República, para o seu desenvolvimento, seria, hoje, indubitavelmente, das regiões mais atrasadas do País e da Europa. E o melhor exemplo são as instituições da República na Madeira, que dependem de Lisboa. Muitas delas em avançado estado de degradação. Muitas delas por concretizar. Muitas delas não passando de meros anúncios. Veja-se as Esquadra da PSP no Porto Santo, cujas condições que envergonham qualquer cidadão, e não dignificam em nada os profissionais que ali trabalham. No Tribunal da Ponta do Sol as obras, que apenas preveem a substituição de umas telhas e a instalação de um simples elevador, arrastam-se há mais de dois anos. Na mesma Ponta do Sol a esquadra prometida, passados sete anos, imagine-se (!), ainda não saiu do papel.

É esta a importância e o investimento (ou falta deles) que a República e o Governo Central dedicam à Madeira e aos Açores. Que nunca, nunca, limitem a Autonomia que tanto nos permite decidir e executar. É o nosso desenvolvimento, a nossa qualidade de vida, que está em causa.