Madeira

Chega-Madeira defende que 25 de Abril convida a uma “reflexão profunda”

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O Chega-Madeira enviou às redacções um comunicado a propósito do 25 de Abril, onde alerta que, "quase 50 anos depois da revolução dos cravos, existem muitas questões que continuam por responder quanto ao estado e ao funcionamento da democracia portuguesa, pois, para muitos, a ação governativa das últimas décadas não construiu um país para todos e onde todos têm a possibilidade de lutar por uma vida melhor e mais digna, mas apenas um país para alguns, onde aqueles que sobem e prosperam nem sempre o fazem à custa do seu trabalho e mérito, mas fruto das ligações que cultivam e das amizades que mantêm com aqueles que tomam as decisões". Por outras palavras, "as liberdades de ser, de pensar, de lutar por uma vida melhor e de depender apenas do fruto do trabalho são aspetos que ainda nos escapam".

Não há democracia completa sem liberdade em todos os campos, e, infelizmente, o que sentimos é que, de outras formas, porventura mais camufladas, o sistema político que emergiu do 25 de Abril continua a alimentar certas ditaduras, como são as ditaduras de certos grupos económicos, a ditadura da vontade de certos partidos e a ditadura de opinião, que ainda limitam a dimensão cívica das nossas sociedades, condicionando a capacidade das pessoas de participar de forma totalmente livre na vida pública e nos processos de decisão. Miguel Castro, líder regional do Chega

“Nesse sentido, e com todo o respeito pelos valores e princípios que o 25 de Abril simboliza, não podemos deixar de fazer um apelo para que seja feita uma reflexão moderada, ponderada e séria sobre o que se tem vindo a passar na nossa sociedade desde 1974, incluindo ao nível da conduta dos partidos e dos governos, pois parece-nos óbvio que esses não têm feito tudo o que poderiam e deveriam fazer para cumprir a promessa de um país próspero, maduro, competitivo e com oportunidades para todos", adianta.

Na opinião do presidente do Chega-Madeira, "a situação política da Madeira também padece de muitos dos problemas que corroem a política nacional, sendo os mesmos, em alguns domínios, até mais graves".

Basta andar nas ruas, falar com as pessoas e ouvir os seus desabafos para perceber que existe, em tantas áreas da sociedade madeirense, um profundo défice democrático. O que é ainda mais preocupante é a sensação de que, ao contrário do que os nossos governantes dizem, o peso da máquina partidária do PSD é cada vez maior. Estamos a falar de empresas que não conseguem singrar se não tiverem ligadas ao governo, de pessoas que não conseguem passar de certo nível sem a cunha, de famílias que são mais ou menos consideradas dependendo do sobrenome e dos amigos, de pessoas que enriquecem assim que chegam ao governo e de toda uma rede de interesses, influências e compadrios que coloca a descoberto a podridão que, pela mão do PSD e, agora, também pela do CDS, se instalou na sociedade madeirense e ofusca qualquer ideia de liberdade de expressão ou igualdade de oportunidades. Miguel Castro, líder regional do Chega

Segundo Miguel Castro, o Chega é totalmente contra esta forma de estar na vida política e o espírito humanista e reformista do partido são a principal razão para o facto de que tantos tentam atacá-lo e denegri-lo.

É importante que se perceba porque é que certas pessoas perdem tanto tempo a atacar o Chega e a discriminar os seus militantes e simpatizantes. A razão é porque têm medo das reformas que queremos fazer, do facto de que não nos vendemos, do facto de que não vamos compactuar com a corrupção instalada e do facto de que já tornamos bem claro que não queremos coligações, nem alianças, nem lugares no governo. Queremos mudar a Madeira e o Porto Santo, e não nos vamos render, por muito que nos queiram chamar racistas e xenófobos, o que é uma perfeita mentira. Miguel Castro, líder regional do Chega

A concluir, Miguel Castro realça que, independentemente das dificuldades que forem criadas pelos partidos do poder e seus mandatários, o projeto político do Chega não mudará o seu foco. “O nosso propósito é fazer das pessoas a medida e o fim de toda a atividade política e colocar a política ao serviço da sua realização. Essa é a nossa regra, o nosso início e a nossa meta. E, quando essa é a nossa única motivação, sabemos que seremos vistos como incómodos para quem quer que tudo fique como está. Mas não somos nós que estamos mal. São eles!”, termina.