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Polícia britânica prende 118 ativistas em protesto contra corrida de cavalos Grand National

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A polícia britânica prendeu no sábado 118 ativistas durante um protesto contra o maior evento de corridas de cavalos no Reino Unido, o Grand National, em Liverpool.

Os ativistas subiram as cercas do hipódromo de Aintree e, pelo menos dois deles, usaram um autocolante e fixadores para se prenderem a um dos saltos do percurso, disse o grupo ambientalista Animal Rising.

A ação causou um atraso de 12 minutos no início da corrida, na qual um dos cavalos morreu, depois de cair na primeira cerca. Mais dois animais morreram durante os três dias do festival, cujo evento principal é a corrida de sábado, o que incentivou as críticas dos ativistas.

"Respeitamos o direito ao protesto pacífico e a expressão de opiniões divergentes, mas não podemos tolerar comportamentos criminosos e desordens e responderemos com firmeza", advertiu a Polícia de Merseyside.

O vice-chefe da polícia Paul White reconheceu que tinha havido "um grande protesto" no Grand National. "Começou pela manhã, quando vários manifestantes se reuniram fora do hipódromo. Às 17:00, um grande grupo tentou invadir o percurso, pelo que o impedimos com a ajuda da organização e de alguns espetadores", explicou.

White adiantou que os ativistas tentaram entrar a partir de diferentes locais. "O perímetro do percurso é de entre quatro e cinco quilómetros, pelo que são necessários muitos recursos para cobrir todas as áreas", sublinhou. "Foram empurrados para fora com a ajuda dos organizadores, segurança privada e oficiais", avançou.

"Seja por comida ou por diversão, o nosso uso de animais e da natureza é um exemplo de uma relação que é muito mais do que quebrada", denunciou a ativista Sarah McCaffrey.

"Somos uma nação que ama os animais, mas a dor diária destas belas criaturas não nos faz justiça. Temos de encontrar uma forma de amar os animais sem os magoar. É por isso que decidi colocar o meu corpo entre aqueles cavalos e a morte num hipódromo", argumentou.

A Animal Aid apela à proibição das corridas de saltos para evitar casos como o do animal que partiu o pescoço na primeira vedação do Grand National.

"Cavalos de corrida inocentes estão a morrer em nome do entretenimento e do jogo. Aintree é a pior das pistas, é uma vergonha para o Jockey Club", reiterou.

Os 39 cavalos concorrentes foram mantidos no ringue do desfile. A corrida estava inicialmente programada para começar às 17:15 locais e acabou por começar cerca de 15 minutos mais tarde.

O dia começou com três pessoas presas por causa de um plano dos ativistas para interromper a corrida. Mas as três pessoas foram presas por "suspeita de conspiração para causar incómodo público", disse a polícia.

O Grand National está entre as maiores ocasiões do calendário desportivo britânico e é considerada como uma das corridas de cavalos mais perigosas do mundo, devido ao tamanho das vedações.