Crónicas

Todos elogiam a Madeira. Deve ser boa!

“Queridos” socialistas, o que andaram a fazer todos estes anos ? Oposição ao que é bom e funciona ? Perguntem ao Álvaro Beleza, ao Sousa Tavares, ao Ruy de Carvalho e ao Pinto da Costa

Já escrevi que não questiono a coligação proposta por Miguel Albuquerque. Está decidido. Ponto parágrafo.

Se isso une o PSD é o que se verá. Pressuponho que existe essa convicção e que se traduza em votos nas eleições de Setembro. Aceito, mas este CDS é o que sempre combateu os governos do PSD. Servem qualquer amo que lhes dê poleiro.

Sugerir um militante de topo do PSD para a presidência da Assembleia Legislativa é, por maioria de razão, um forte elo de união no partido. Primeiro, porque isso agora não acontece. Temos quem foi sempre oposição ao PSD, agrediu verbalmente os presidentes e governos do PSD, fez campanha eleitoral para impedir o PSD de vencer as eleições e ameaçou coligar-se com o PS se não ocupasse o “trono” na Assembleia. Foi aceite e lá está. Agora, deixar no ar a possibilidade desta situação se prolongar no tempo, em vez de um social democrata a presidir, é deixar uma dúvida que tem muitos opositores. Ainda não ouvi, ou li, qualquer social democrata, afirmar preferência por um membro do CDS na presidência do nosso primeiro órgão de Autonomia. Nem um ensaiou essa originalidade. Ao contrário, muitos sugeriram ser este tema inegociável. Tirar essa dúvida é unir as hostes do PSD e da Coligação.

Albuquerque referiu publicamente que ele e Rui Barreto seriam os dois primeiros da lista da coligação. Já manifestei concordância. Afinal não fui a primeira “criatura” a sugerir nomes para a lista. Só, no seguimento do anúncio oficial do topo da lista, por Albuquerque, atrevi-me a sugerir o nome do presidente do congresso do PSD, João Cunha e Silva, para liderar a nossa Assembleia. Até por ele não ser actualmente deputado, situação exigível. De todo não é uma proposta “divisionista” quando, a alternativa, que pode estar a ser adiada, é ser um militante toda a vida de oposição ao PSD. E eu oponho-me a isso.

Está na hora do PSD retomar o lugar mais honroso da hierarquia autonómica. Os eleitores têm percepção clara do que é certo e errado.

Álvaro Beleza

Fui apresentado recentemente ao dr. Alvaro Beleza, presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social. Já o ouvi algumas vezes mas não o conheço suficientemente bem. Mas uma coisa tenho por certa: é pessoa de bem e, social e politicamente, honesto. Coisa rara nos tempos que correm. Referiu em voz alta, com audiência seleccionada, o que todo o “mundo” reconhece: na Madeira foi feito um trabalho extraordinário. O mesmo foi sempre repetido pelo muitos ministros socialistas, quando em trabalho na Madeira, o que já irritava as hostes socialistas. O próprio dr. Mário Soares, em audiência em Belém, que me concedeu acompanhado por António Gil Silva e Jaime Ramos, exclamou: ”vocês não podem aumentar o número de votos”. Reconhecia a vitória laranja que se avizinhava.

Comissários europeus, políticos e personalidades de toda a espécie, bem como gente indiferenciada sempre reconheceram o que Alvaro Beleza disse alto e em bom som. Só a oposição, obtusa e pateta, recusa aceitar uma verdade incontestada.

Um pormenor: a conferência era organizada pela SEDES e Alvaro Beleza o seu anfitrião. O facto de ser no salão nobre da Assembleia Legislativa deve-se a esta se ter transformado, pela cabeça de José Manuel Rodrigues, numa sala de espectáculos indiferenciados onde qualquer acontecimento ali se pode realizar. Quando acabar o tempo de vaidade de Rodrigues, e este não se impor para falar obrigatoriamente a troco da cedência do espaço, ainda será fixada uma tabela de preços para uso público das instalações. Ridículo !

Miguel Sousa Tavares

O insuspeito cronista do Expresso escreveu a elogiar a Madeira de hoje, ou seja, o resultado dos últimos vinte e cinco anos da liderança, da Câmara e do Governo Regional, por Miguel Albuquerque. Um testemunho absolutamente livre e qualificado. Será que o PS da Madeira, Sérgio Gonçalves e Carlos Pereira, vai contrariar esta opinião como fez com Alvaro Beleza ? Desesperante, não é ?

Até o famoso artista Ruy de Carvalho declarou que, por amor à Madeira, quando morrer quer “ficar cá”. Jorge Nuno Pinto da Costa também repete que, quando deixar o F.C. do Porto, vem viver para a Madeira.

“Queridos” socialistas, o que andaram a fazer todos estes anos ? Oposição ao que é bom e funciona ? Vão fazer campanha ?

Há eleições regionais ?

Não parece. Nenhum partido na Assembleia da República invocou a Autonomia para justificar tratamento específico relativo ao pacote “Mais Habitação” na Madeira e nos Açores. Nem um deles, ou um qualquer seu deputado, veio defender a Autonomia Constitucional. Entretanto, andarão aqui pela Madeira, em campanha eleitoral, jurando serem eternos defensores dos nossos direitos autonómicos.

André Ventura do Chega, Paulo Raimundo do PCP e Catarina Martins do Bloco de Esquerda estiveram no mesmo dia (25 de Março) na Madeira e sobre o “Mais Habitação”, e as divergências regionais, nem uma palavra. ZERO. Só falaram das suas fantásticas expectativas eleitorais e como pensam que os madeirenses neles vão desperdiçar votos.

Já agora, tenho curiosidade em conhecer como vão votar, os três deputados do PS Madeira na Assembleia da República, a legislação do “Mais Habitação”. O mais provável é ser contra a Madeira. Surpreendam se têm lata na cara !

Partido Comunista na Madeira

O PCP organizou almoço na Encumeada, Serra d’ Água, por ocasião da visita à Madeira do seu novo líder nacional Paulo Raimundo. Estavam todos os militantes e simpatizantes na sala: era oferecido e imagino a pressão para que todos lá fossem. Igual aos demais partidos.

O PCP é tão diminuto na Madeira porque os verdadeiros comunistas madeirenses, desde o 25 de Abril, se filiaram no Partido Socialista, por vergonha social que era militarem num partido tão ortodoxo e disciplinado como o comunista. As respectivas famílias não suportariam o vexame de um seu membro ser parte do partido não católico e do “fora-da-lei” Alvaro Cunhal. E assim o PS padece de esclerose política de que nunca se libertou, mesmo com a ajuda de alguma esquerda “caviar”.

Taxas portuárias

A Secretaria da Economia e a Autoridade Portuária gabaram-se que as novas taxas portuárias, a cobrar ao operador portuário, poderão render meio milhão de euros. Fico espantado como o responsável governamental pela economia regional, em período crítico de aumento de preços e inflação, vem justificar novos custos administrativos nos transportes das nossas importações e exportações. De que serve reduzir o IVA em alguns produtos alimentares se, em simultâneo, se sobrecarregam todas as mercadorias movimentadas ? Adiem essas novas taxas portuárias !

Subsídio Social ou Constitucional de Mobilidade

O subsídio de mobilidade é incorrectamente chamado de social. É subsídio constitucional. Não é social. Não se deve a qualquer boa vontade de Lisboa, para com os “coitadinhos” das ilhas, mas a uma obrigação prevista na Constituição Portuguesa.

Nacional a saque

“Quo vadis” Nacional ? Depois de uma campanha eleitoral agredindo tudo quem discordava, com slogan “ambição responsável”, eis que o desespero da irresponsabilidade toma conta de quem exerce o décimo mandato. Prestes a deixar o Clube no mesmo lugar onde o recebeu. E, em vez de deixar aos sócios a liderança de como salvar o Nacional, veio pedir carta branca para negociar, à porta fechada, os destinos da SAD do Clube centenário.

Numa votação rocambolesca, repetida e de braço no ar, foi votada proposta desconhecida pela convocatória da AG. Inaceitável e nula, como se verá. Propus ao presidente da AG, Dr. João Machado, que convocasse nova Assembleia para anular o deliberado na anterior e votar a seguinte proposta: “o Clube aceita alienar parte do capital social da SAD nos termos de contrato de compra e venda a ser aprovado em AG”. Pacificar e andar para a frente.

Primeiro negociar e depois deliberar. O Nacional quer deliberar para depois negociar.

Rui Alves já não tem solução para o Nacional. Afinal, a única coisa que fez foi gerir os abundantes subsídios do governo regional. Enquanto os houve. Sempre bem assalariado. Se não tem solução o que o faz agarrar-se ao Clube ? Tristeza.

Pelo caminho ficam o Lar de Idosos na Choupana e o Pavilhão no Funchal. Megalomanias de quem nunca soube gerir recursos próprios. Só com o dinheiro do governo. Lá se foi um “mito” !

Golfe em Porto Santo

O campo de golfe de Porto Santo apresentou lucro operacional em 2022. Parabéns à sua gestão! Pedro Fino e Nivalda Gonçalves devem estar satisfeitos. Orgulho-me, com a minha opinião, de ter contribuído para isso.

Calaram os habituais críticos destrutivos do que é feito na Ilha Dourada. Levou dezoito anos a iniciar a rentabilidade do campo. Tempo para continuar a ambição de fazer melhor. Como em tudo na vida. Ampliar o campo e continuar o investimento na manutenção, sempre sem beliscar a sua traça original concebida por Severiano Ballesteros . Melhorar o nível de jogador estrangeiro e cobrar maior preço. Tudo bem balanceado e justificando um segundo campo de golfe. E mais tarde um terceiro.

Para já é tempo de incluir no PDM a sua expansão. Poucos lugares no mundo garantem golfe todos os dias do ano. O Porto Santo é um desses.