A Guerra Mundo

Entra hoje em vigor embargo ao diesel oriundo da Rússia

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Entra hoje em vigor o embargo à importação de óleo diesel russo e outros produtos petrolíferos refinados imposta pela União Europeia (UE), para reduzir a dependência energética de Moscovo, como sanção pela invasão da Ucrânia.

A proibição - que fora anunciada por Bruxelas em junho - acompanha uma outra medida restritiva aprovada pelo G7 (o grupo dos sete países mais desenvolvidos) que acordou um limite de preço dos produtos petrolíferos russos.

O objetivo da medida do G7 é permitir que o diesel russo continue a chegar a países como China e Índia, evitando um aumento repentino de preços que prejudicaria os consumidores em todo o mundo, ao mesmo tempo que se reduz os lucros que financiam o orçamento de guerra de Moscovo.

O diesel é fundamental para a economia mundial porque é usado para abastecer carros, camiões que transportam mercadorias, equipamentos agrícolas e máquinas industriais.

Os preços do diesel inflacionaram substancialmente nos últimos meses devido à recuperação da procura após a pandemia de covid-19, que testou os limites da capacidade de refinação.

Para compensar as restrições aos produtos petrolíferos russos, a UE tem procurado diversificar os pontos de abastecimento, nomeadamente nos Estados Unidos, Médio Oriente e Índia.

O limite de preço de 100 dólares (cerca de 90 euros) por barril de diesel, acontece após um limite de 60 dólares (cerca de 55 euros) por barril de petróleo, que tinha sido imposto em dezembro.

Moscovo já anunciou que vai tentar encontrar novos clientes para os seus produtos petrolíferos.

Analistas dizem que, numa fase inicial, pode haver um aumento de preço do diesel no mercado, mas acreditam que o embargo não prejudicará o normal funcionamento dos mercados ocidentais, à medida que são encontradas alternativas de abastecimento.

A proibição prevê ainda um período de carência de 55 dias para o diesel abastecido em camiões-tanque antes do dia de hoje, uma medida que visa evitar a agitação dos mercados.

Funcionários da UE asseguram que os importadores tiveram tempo para se ajustar à nova situação, desde que a proibição foi anunciada em junho.

Apenas no mês de dezembro, a Rússia recebeu mais dos mil milhões de euros com as vendas de diesel para a Europa, quando os importadores açambarcaram uma larga quantidade de combustível oriundo desse país, antecipando o embargo que hoje se inicia.