A Guerra Mundo

Presidente da República manifesta "apoio inquebrantável" de Portugal à Ucrânia

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O Presidente da República manifestou hoje o "apoio inquebrantável" de Portugal à Ucrânia e reiterou a convicção de que a liberdade e a paz irão triunfar sobre "esse ato intolerável" cometido pela Rússia.

"Um ano depois do início da guerra na Ucrânia, mantemos o apoio inquebrantável à sua legítima defesa, aos seus refugiados, à sua reconstrução, à sua vocação europeia", escreve Marcelo Rebelo de Sousa numa nota colocada no portal da Presidência da República na Internet intitulado "No Regresso da Guerra à Europa".

O chefe de Estado coloca-se ao lado da Ucrânia "no caminho da integração europeia" e realça a firmeza de Portugal "na unidade das decisões na União Europeia e na NATO".

"Cremos, sem hesitações, que a Democracia, a Liberdade e a Paz prevalecerão na Europa. Viva o Povo Ucraniano", salienta o Presidente português, quando faz um ano que a Rússia "invadiu ilegal e ilegitimamente a Ucrânia, iniciando uma guerra na Europa, em violação dos princípios basilares do Direito Internacional, da Carta das Nações Unidas e dos acordos assinados após a dissolução da União Soviética".

Marcelo lembra que "Portugal condenou desde a primeira hora esse ato intolerável, apoiando inequivocamente a legítima defesa da Ucrânia, que lhe assiste à luz do Direito Internacional e correspondendo à entreajuda europeia e transatlântica que prontamente solicitou".

"A posição de Portugal não se alterou um milímetro ao longo deste ano e assim continuará até a Ucrânia garantir as condições de segurança que entenda estarem cumpridas para se iniciar um roteiro político com vista a uma paz duradoura", sublinha.

O Presidente da República recorre ainda aos ensinamentos de Aristides Sousa Mendes, antigo cônsul de Portugal em Bordéus que atribuiu milhares de vistos de entrada em Portugal a refugiados de várias nacionalidades que fugiam da ocupação nazi, para enaltecer o humanismo demonstrado pelo povo português relativamente aos seus pares ucranianos

"As autoridades portuguesas e o povo português têm sido incansáveis na demonstração do espírito humanitário que nos caracteriza, acolhendo todos os ucranianos fugidos da guerra que nos pediram ajuda, numa coordenação com ONG's e parceiros europeus de que nos orgulhamos. Somos um povo de coração grande, humanista, vinculado aos valores da Europa da paz e da generosidade, como tão bem nos ensinou Aristides de Sousa Mendes", frisa ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.