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Evidentemente, por opção!

O campo das opções deste Governo Regional é vasto, passando ainda por milionárias obras inventadas

O presidente do Governo Regional afirmou recentemente que os jovens qualificados na Madeira não trabalham por opção. Como é óbvio nenhum jovem, depois de concluída a sua formação, quer ficar desempregado por opção. Querem futuro, desejam iniciar uma carreira profissional, realizar-se na área de que gostam e para a qual tanto se dedicaram. Dizer que não trabalham por opção é um desrespeito por todos os nossos jovens, mas sobretudo por aqueles que são obrigados a emigrar por falta de oportunidades na sua terra. Nos últimos 10 anos, 17 mil pessoas deixaram a Região, muitas delas jovens e qualificadas.

No mundo das opções do presidente do Governo, além de não trabalharem por culpa própria, os jovens devem ser igualmente culpados de não conseguirem comprar ou sequer arrendar uma habitação. Quando se insurge contra políticas de habitação de âmbito nacional, em vez de contribuir para as mesmas durante o período de consulta pública, Miguel Albuquerque refere que na Madeira está a tomar medidas para garantir no mercado habitações a preços acessíveis aos jovens casais e à classe média, através do PRR. Saberá que os 136 milhões de euros permitem construir 783 fogos, quando existem cerca de 5000 famílias inscritas para apoios ao nível de habitação social? Saberá que mesmo com um PRR inesperado devido à pandemia, apenas resolverá 30% das carências existentes? Se a isto somarmos os jovens e a classe média, parece que estamos perante mais uma opção. Opção do Governo Regional, incapaz de encontrar soluções perante a inflação e subida das taxas de juro, amarrado ao imobiliário de luxo e continuando a agir como se a habitação não fosse um tema preocupante para a maioria dos madeirenses.

Soubemos também pela boca do presidente do Governo Regional que abrir os centros de saúde do Porto Moniz e Santana durante as 24 horas é um “dispêndio de dinheiro inútil”. Falamos de territórios com uma população maioritariamente envelhecida e com maior propensão para necessitar de cuidados médicos, pelo que o atendimento permanente é absolutamente justificado. Além do mais, quando tanto se fala de despovoamento e de criar condições para a fixação de jovens e famílias, é evidente que a existência de serviços de saúde permanentes são um fator de decisão fundamental. Mas uma vez mais, trata-se de uma opção. Opção do Governo Regional que considera alocar recursos a estes centros de saúde um dispêndio inútil, mas que não tem qualquer problema em gastar 33 milhões de euros por ano em cargos de nomeação para servir clientelas do PSD e CDS, ou que não considera inútil injetar mais de 240 milhões de euros na Sociedades de Desenvolvimento desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo Regional. Imagine-se o que 240 milhões representariam em termos de habitação, ou mesmo na ínfima parte que permitiria ter abertos 24 horas os Centros de Saúde do Porto Moniz e da Santana.

O campo das opções deste Governo Regional é vasto, passando ainda por milionárias obras inventadas ou pela falta de escrutínio aos apoios concedidos às Casas do Povo e IPSS, enquanto a Segurança Social da Madeira vê novamente chumbadas as suas contas pelo Tribunal de Contas. As opções do atual executivo são muitas, infelizmente não são as que servem os interesses da Região e dos madeirenses e porto-santenses. É por isso que 2023 representa uma oportunidade de mudança, de diferentes opções, para construirmos uma Madeira melhor. É tempo de mudar, Madeira!