Madeira

República promete descentralizar certificação de habitações a custos controlados

Tal implica equiparar IHM – Investimentos Habitacionais da Madeira ao IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana

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O secretário Regional de Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Fino, participou hoje, em Lisboa, em representação do presidente do Governo Regional, na reunião do Conselho de Concertação Territorial, que decorreu na Residência Oficial do Primeiro-Ministro. Deste encontro ficou a promessa, por parte do Governo da República, de equiparar a IHM – Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM ao IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, em matéria de certificação de habitações a custos controlados, de forma a agilizar os processos. "Uma reivindicação justa do Governo Regional", salienta a secretaria em nota remetida à imprensa.

Nesta reunião começou por ser abordada a reestruturação das Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional e posteriormente foram debatidas as novas iniciativas legislativas na área da Habitação. De uma forma genérica, foram apresentadas algumas medidas que irão ser tomadas e anunciadas após o Conselho de Ministros desta quinta-feira.

“Atendendo à causa dos problemas que temos no setor da Habitação, o Governo Regional é favorável, e isso foi transmitido nesta reunião, às soluções que consigam contrariar as causas identificadas, que são a falta de oferta de habitações a custos acessíveis, o elevado preço da construção de novas habitações, bem como a subida de juros, que dificulta o pagamento da prestação bancária por parte de muitas famílias”, referiu Pedro Fino citado em comunicado.

O secretário regional transmitiu nesta reunião que “a Região defende, para contrariar estas causas, o aumento da oferta de habitações acessíveis à classe média, quer seja pelo aumento do parque habitacional público, mas também privado, retomando os apoios que existiam na década de 90 aos promotores privados e às cooperativas, e ainda a retirada da carga fiscal que pesa na estrutura de custo de construção de uma habitação, como por exemplo o IVA e o IMT”.

“É importante reduzir gradualmente até eliminar de vez o IMT, aliás como recomenda a OCDE, pois este organismo considera que este imposto ameaça a mobilidade residencial e laboral da família e limita o acesso à habitação”, apontou o governantes.

Pedro Fino defende ainda que a redução do IVA também é necessária na construção de habitações novas direccionadas à classe média.

Outro tema abordado pelo governante na reunião foi precisamente a equiparação da IHM ao IHRU em matéria de certificação de habitações a custos controlados.

“Nós insistimos nesta reunião nessa matéria, ou seja, na necessária equiparação da IHM ao IHRU em matérias de certificação e para que essas construções possam beneficiar da taxa reduzida do IVA”, salientou, avançando que, da parte do Governo da República, “ficou a promessa de que iriam fazer essa alteração legislativa, descentralizando essa competência”.

“A resolução desta questão será crucial na rapidez da resolução dos processos do PRR e para termos um instrumento importante na dinamização da construção de habitações a custos controlados por parte de privados”, esclareceu.

Ainda em relação à agilização dos processos de licenciamento, salienta que “o atraso nesses processos se repercute naturalmente no preço final da habitação”. “Este é um assunto que tem de ser resolvido, isto é, desburocratizar e flexibilizar os processos de licenciamento quando se tratam de construção de habitações”, defendeu.

Nesta reunião, foi também igualmente manifestada a "importância do apoio à aquisição e à renda às famílias e, nesta fase de subida abrupta do juro, e de forma transitória, o apoio às famílias na prestação bancária". Apoios que já estão a ser efectuados pelo Governo Regional, conforme frisou.

Em nome do Governo Regional, Pedro Fino posiciou-se contra uma medida anunciada do fim dos Vistos Gold, “por nada acrescentar nesta temática de limitação de acesso à habitação”. “Esta medida não fará reduzir os valores de habitação porque se destina a um segmento alto deste mercado e específico que nada tem a ver com a classe média, ou seja, é uma medida que não acrescenta nada a toda esta problemática”, argumentou, referindo ainda que esta posição também deriva do facto de “envolver um setor fundamental para a Região”.

“O sector do imobiliário, no ano 2022, representou para a Região um volume de negócios de 640 milhões de euros, superando os do Turismo, que foi de 470 milhões de euros, sendo que estes números revelam muito bem a importância que este setor tem para a economia da Madeira”, defendeu, considerando que “não é prudente afetá-lo por medidas que não resolvem, de todo, o problema habitacional que afeta a sociedade”.

“Este é um instrumento importante para o crescimento económico e para a diversificação da economia da Região, para o arrecadar de receita que, por sua vez, é colocada também para garantir o estado social, para a criação de riqueza e a manutenção de postos de trabalho”, apontou, acrescentando que “também pode ser um fator decisivo para atrair profissionais altamente qualificados, trabalhadores em áreas de alto valor acrescentado, tais como a investigação e tecnologias”.