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Madeira

Igreja Católica "afunda-se" com casos de abusos sexuais e tentativas de encobrimento

Padre José Luís Rodrigues denuncia que responsáveis pela instituição na Madeira protegeram Anastácio Alves

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O padre José Luís Rodrigues acusa os responsáveis pela Igreja Católica na Madeira de esconder o crime de Anastácio Alves, que ontem foi condenado a seis anos e meio de prisão pela prática de vários crimes de abuso sexual contra um menor.

Ex-padre Anastácio condenado a seis anos e meio de prisão por abuso sexual de menor

O ex-padre Anastácio Alves foi condenado a seis anos e meio de prisão, com pena efectiva, pela prática de quatro crimes de abuso sexual de criança e um crime de actos sexuais com adolescente. Fica também proibido de, nos próximos sete anos, ter a tutela de menores e exercer profissão que envolva a convivência com menores. O acórdão foi conhecido esta tarde, no tribunal do Funchal (Edifício 2000).

Na habitual rubrica 'Escrever na água' divulgada na rede social Facebook, o pároco de São José e São Roque assume-se "triste" pelos actos cometidos pelo ex-padre madeirense, que, afirma, foi "protegido" com sucessivas transferências apesar das provas existentes.

Eu gostava de ver também na barra do tribunal esses tais que nesta hora devem estar a rezar terços e salmos pelas vítimas, enquanto há responsabilidades que deviam ser assumidas por eles por terem praticado o método de sempre: mudar de sítio para proteger o criminoso, esconder para salvar a instituição sem ter em conta nenhuma atenção ao sofrimento das vítimas.  José Luís Rodrigues

"Sempre o maldito segredo, o esconder só porque sim", critica, sentenciando que a Igreja Católica "afunda-se" com os casos de abusos sexuais e respectivas tentativas de encobrimento.

Por agora quem se atreve a falar de seminário. De vocações. De padres. De Igreja Católica... O ambiente é crispado demais. As generalizações são muitas. O ódio anticlerical está ao rubro. Tudo está aí diante dos nossos olhos para nos fazer pensar com coragem. Mas, ao mesmo tempo há uma instituição que se mantem igual a si mesma, fiel à tradição, dizem alegremente… Enquanto isso, o barco afunda-se, a orquestra toca. José Luís Rodrigues

Demonstrando "solidariedade" para com a vítima de Anastácio Alves, José Luís Rodrigues afirma que vai continuar a sua missão de padre, apontando que "não devem ser as maçãs podres a marcarem o ritmo aliciante do espírito da história, que ruma sempre para a luz, apesar das sombras".