Não leia isto. É verdade no PS Madeira!

Não tenho militâncias partidárias e o meu voto tem ido para diferentes partidos. Sempre ao centro, no chamado arco da governação, porque considero que posições extremadas como se vê no Bloco de Esquerda ou no Chega, e aqui na Madeira no populismo do JPP, não só não resolvem os problemas das pessoas, como são eles próprios parte do problema que as democracias ocidentais enfrentam atualmente.

É por isso, que fico profundamente preocupado com a forma ligeira com que o PS-Madeira e os seus militantes se deixaram capturar por Paulo Cafôfo e pela sua entourage.

Cafôfo não é de confiança, e o eleitorado madeirense já percebeu. Desbaratou duas coligações no Funchal. Disse que não abandonava a Câmara do Funchal, e à primeira oportunidade bateu com a porta. Perdeu de forma estrondosa as regionais de 2019, as únicas em que o PS-Madeira teve efetivamente alguma hipótese, e mal aqueceu a cadeira no parlamento regional, onde demonstrou um alarmante desconhecimento dos principais dossiers regionais.

Disse que ia regressar ao ensino (a sua “verdadeira paixão”, lembram-se?), e entrou em fanfarra pela porta principal da escola do Campanário e saiu logo sorrateiro pelas traseiras.

Em Lisboa, na secretaria de Estado das Comunidades foi um fiasco. Uma viagem aqui, outra ali. Meia dúzia de promessas, e nada… Perguntem aos nossos emigrantes o que ficou?!

Pelo meio, foi puxando o tapete a quem o apoiou. Pôs Carlos Pereira a correr (e lá teve depois de engolir um sapo). Usou e depois descartou Emanuel Câmara (o tal da barriga de aluguer) e o filho Olavo. Cortou as pernas a Miguel Gouveia. Deitou fora João Pedro Vieira. Enfim… todos os que mostraram alguma capacidade foram afastados, para só ficar a mediocridade à sua volta. Agora, como se nada fosse, redescobre a sua “paixão pela Madeira”, e com aquele discurso de sempre “pelas pessoas” procura mais uns anos a viver da política.

Como escreveu Camões, “um fraco rei, faz fraca a forte gente”. Assim é o efeito Cafôfo no PS-Madeira e, infelizmente, na democracia regional.

Emanuel Basílio