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Parlamento turco retoma terça-feira análise do protocolo de adesão da Suécia

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O parlamento da Turquia deverá retomar na terça-feira a análise do protocolo de adesão da Suécia à NATO, suspenso desde maio de 2022, após uma primeira discussão inconclusiva em comissão parlamentar em novembro passado.

A comissão de Negócios Estrangeiros do parlamento, responsável pelo exame inicial do protocolo antes de um voto na Grande Assembleia Nacional (parlamento), vai reunir-se na terça-feira, indicou à agência noticiosa AFP uma fonte da oposição turca.

"Ainda não nos enviaram uma notificação oficial escrita mas referiram-se oralmente que a comissão de reúne na terça-feira às 15:00 [12:00 em Lisboa]", afirmou a mesma fonte.

Após 17 meses de bloqueio, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, transmitiu no final de outubro aos deputados turcos o protocolo de adesão do Estado escandinavo.

O líder turco condicionou no início de dezembro a ratificação por Ancara a uma aprovação "simultânea" pelo Congresso norte-americano da venda de aviões F-16 à Turquia, com o objetivo de modernizar a sua Força Aérea.

O Governo norte-americano não é avesso a esta venda, mas o Congresso tem bloqueado esta medida por motivos políticos, onde se incluem violações dos direitos humanos na Turquia ou as tensões com a Grécia.

A Turquia, juntamente com a Hungria, são os únicos dos atuais 31 membros da Aliança Atlântica que não aprovaram e ratificaram a adesão de Estocolmo, após ter validado em março a integração da vizinha Finlândia.

Erdogan prescindiu do seu veto em julho -- ao afirmar que a decisão final pertence ao parlamento -- após meses de pressão sobre os dirigentes suecos relacionados com as atividades de exilados e refugiados turcos e curdos, acusados de "terrorismo" por Ancara.

A Turquia censurava Estocolmo pela presença no país de membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerada uma "organização terrorista" pelo regime turco, e que implicou o endurecimento da legislação sueca face aos exilados, concretizada com diversas extradições.

Ancara também se insurgiu com a presença em solo sueco de alegados simpatizantes do movimento associado a Fethullah Gulen, clérigo exilado nos Estados Unidos que Erdogan responsabiliza pela tentativa de golpe de Estado em julho de 2016.